30 jun 2003 - 22h49

“O meu caminho era vir para cá”

Fazia tempo que uma contratação do Atlético não era tão complicada. Há cinco anos, o meia Kelly, então no Bragantino, só assinou contrato com o Furacão depois de um longo imbróglio que envolveu a interferência do Flamengo. Depois, a compra do atacante Kléber também só foi concretizada após muitas idas e vindas do diretor Antonio Carletto ao Maranhão.

Com o jovem meia Nélio, de 19 anos, a história foi parecida. Desde a primeira proposta oficial do clube, passaram-se quase três meses até que ele fosse apresentado oficialmente. Tido como a maior revelação do Flamengo nos últimos anos, a trajetória de Nélio foi desviada graças aos dirigentes do clube carioca.

Em 2001, com apenas 17 anos, seu talento foi descoberto pelo técnico Zagallo, alguém com currículo acima de qualquer suspeita. Tornou-se titular da equipe e poderia ter sido o que é hoje o também meia Diego, do Santos, caso tivessem bancado sua escalação.

Aliás, essa é uma das razões que deixou Nélio insatisfeito no Flamengo. Jogando pela Seleção Brasileira Sub-17, chegou a deixar Diego no banco de reservas. Alguns anos depois, viu o ex-colega brilhar e ser campeão brasileiro pelo Santos. Enquanto isso, era obrigado a ainda jogar pelos Juniores.

Problemas à parte, Nélio foi finalmente contratado pelo Atlético e fez seu primeiro treino no final da semana passada. A Furacao.com conversou com ele logo após o treinamento de sábado. A esperança da torcida é que, a exemplo de Kelly e Kléber, seu sucesso com a camisa rubro-negra compense a espera por sua negociação.

A sua negociação foi uma das mais complicadas do Atlético nos últimos anos. A imprensa carioca chegou a divulgar que você estava pensando até em desistir do futebol. Isso é verdade?
É, eu falei isso lá no Rio porque estava um clima muito ruim. As pessoas colocovam coisas nos jornais que não eram verdade e isso prejudica. As coisas ficaram muito ruins para mim em um determinado momento e eu cheguei a falar isso. Mas na verdade eu nunca pensei em desistir do futebol. Eu sabia que o meu caminho era vir para cá, isso já estava na minha cabeça. Se Deus quiser eu quero ter muitas alegrias aqui.

Como foi a negociação com o Atlético?
O interesse começou em abril. O Petraglia foi ao Rio e pediu meu empréstimo, mas o Flamengo não liberou. O Maculan foi de novo e não deu certo também, mas agora fechamos contrato.

E qual foi o acerto entre as partes?
Eu assinei contrato por três anos com o Flamengo e de empréstimo por nove meses para o Atlético, com opção de renovação por mais nove. O passe não foi fixado, mas se eu for vendido nesse período o Atlético tem direito a 20%.

O que você planeja para a sua carreira nos próximos anos?
O objetivo que eu tenho é permanecer aqui nesse ano e meio e depois ir para a Europa.

Atuar no futebol europeu é um sonho antigo?
Sim, eu sempre pensei em jogar fora e o Atlético é um clube que está abrindo muitas portas neste momento.

Qual a sua impressão sobre o Atlético pelo que você tem acompanhado o time de lá do Rio de Janeiro?
A impressão é muito boa. Tenho acompanhado os jogos pela televisão e a Arena da Baixada é muito falada, principalmente pela pressão da torcida. O estádio é maravilhoso, o CT é maravilhoso e a impressão que eu tive é a melhor possível. O time é muito bom e tem muitos garotos talentosos.

Como foi seu primeiro contato com o Vadão?
Eu conheci o Vadão na quinta-feira, quando eu cheguei, e tive uma excelente impressão dele e dos dois auxiliares. Acho que está um ambiente muito bom e agora só falta jogar.



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