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5 jul 2003 - 11h00

O Marketing e o Futebol

É indiscutível o poder do marketing. Quantas empresas ruins já foram vedetes? Quantos produtos medianos já venderam milhões de exemplares? Sendo o marketing a ciência que estuda o mercado, o consumidor e suas interações, por mais avançado que se encontre atualmente, por mais que se deseje e por melhor que seja a campanha mercadológica, não há marketing que sustente o que é ruim.

Muito temos ouvido e falado acerca do Atlético. A boa imagem que hoje o clube desfruta é muito positiva. Enganam-se os que pensam tal imagem ter sido conquistada apenas na base da propaganda. Tem sido, sim, fruto de planejamento, seguido de operação, gestão e controle competentes, como numa boa empresa.

Não afirmo, de forma alguma, não termos problemas. Que problemas maiores pode ter um time de futebol que não apresenta bons resultados? Que problemas podem ser piores que a sucessão de decepções de sua apaixonada torcida que, sem dúvida, é o que movimenta todos os negócios relacionados ao clube. Se não há resultados, não há freqüência aos jogos, não há renda, não há interesse em televisionamento, não há negócios, enfim, que envolvam a marca do clube.

Lembro-me – pouco antes da gloriosa escalada do Atlético rumo ao título nacional – quando o CAP trocou o patrocinador do uniforme que, em declaração dada à imprensa, o Presidente da Umbro afirmou que “em um mês de venda de camisas o Atlético havia superado um ano de vendas de camisas do Coritiba”, antes por eles patrocinados. Àqueles que porventura não saibam, cada produto licenciado vendido representa dinheiro para o clube. E essa lição nos é muito bem ministrada pelos times de esportes profissionais dos EUA e da Europa. Dentre os clubes brasileiros, o Atlético é um dos poucos que entendeu isso muito bem e coloca em prática. Mas, sem resultados no campo, esse trabalho pode ser prejudicado…

Na área de marketing do clube, muito já se fez, mas há ainda muito a fazer. Na Arena há muitos espaços ainda não explorados. Quantas placas sinalizadoras, quantos equipamentos (como placar eletrônico, por exemplo), poderiam ainda ser explorados? Há quanto tempo não se vê eventos sociais, culturais ou religiosos na Arena (que é uma forma para que mais pessoas conheçam a grandiosidade de nossa casa), que faziam parte da proposta inicial? Quantos anúncios poderiam ser feitos no sistema de som, que gerariam receita extra para o clube? Quantos sorteios, rifas e festas poderiam ser feitos (devidamente custeados por patrocinadores), para aumentar a legião de torcedores (e consumidores dos produtos atleticanos). Almoços e cafés para que os torcedores acompanhassem o treino dos atletas na Arena e sorteios para visitar o gramado na presença de nossos atletas? Quantas parcerias com empresas criando serviços e conveniências para os atleticanos, no estádio e fora dele, poderiam ser firmadas?…

Basta criatividade, arrojo, trabalho, desejo de querer fazer acontecer, e um pouco de investimento, colocando parte da estrutura do clube para trabalhar nesse sentido. Profissionais de marketing sabem muito bem que é nas crises que a ciência à qual se dedicam mais mostra o seu valor. Tenho certeza que ainda chegaremos lá…



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