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28 jul 2003 - 8h33

Só se veste por amor

No momento por que passa o Atlético, eu só encontro colunas criticando, questionando e crucificando algumas figuras ligadas ao nosso time, como não podia ser diferente. Por conta disso eu pensei em escrever algo diferente hoje aqui, quem sabe algumas boas lembranças de 2001, ou enaltecer a torcida atleticana, principalmente OS FANÁTICOS, que pra mim ganha de Gaviões, Galoucura, ou qualquer outra organizada no quesito fidelidade, pois no final do jogo contra o Paysandu começaram a cantar o hino do Atlético, algo que me deixou arrepiado.

Mas não vou escrever sobre nada disso, também sou filho de Deus e mereço esse espaço para fazer alguns desabafos, assim como vários atleticanos o fizeram. Vários fatos que ocorrem no nosso time me parecem obscuros, mas um que vi recentemente me deixou embasbacado: a venda do Jean para o futebol holandês! Alguém, em sã consciência, consegue me dar uma explicação plausível pra justificar essa medida tomada pelo Petraglia? Porque eu realmente não consigo compreender…

Um time que fala em renovação, em plantar sementes para colher frutos no futuro, etc. vende a maior revelação da lateral esquerda dos últimos anos no Brasil… O Jean é craque, os jogos que eu acompanhei dele pela seleção sub-21 me encheram de orgulho, e sem mais nem menos ele é vendido e nos resta na lateral o limitadíssimo Ivan. Ah, tudo bem, alguns podem argumentar que foi contratado nessa negociação esse tal de Michel Bastos. Esse tal que chegou aqui dizendo que sonhava em sair logo do Atlético para ir para um time grande.E isso não foi mal entendido com repórter, porque mal-entendido pode existir numa vírgula mal colocada, numa palavra ambígua, mas um repórter não publicaria uma frase dessas se não tivesse saído da boca do jogador. O que se esperar de um jogador desses, que nem honra o time em que está?

Além disso, outro fato bastante mal explicado foi essa renovação de contrato do Adriano. Um time que se diz bem organizado, bem estruturado e bem dirigido, não pode ficar mais de um mês, no meio do Campeonato, para renovar o contrato do seu principal jogador. Esses dois acontecimentos me cheiram muito mal e me deixam “com uma pulga atrás da orelha”. Quando parecia que estava tudo acertado com o Olympique, aparece no meio da jogada um time uruguaio que ninguém sabe de onde…

Eu nunca fui dos caras que defende a santidade de membros da nossa Diretoria, que os considera homens puros e abaixo de dúvidas, e fico muito feliz se eles já tomaram alguma medida “obscura”, mas que viesse a nos beneficiar, pois sou fanático de carteirinha, e de assuntos ligados ao futebol eu só sei tratar com o coração, com a emoção, pois é o momento de extravasar, racionalidade e sensatez eu deixo para resolver meus afazeres do dia-a-dia. No entanto, se eu percebo que algum possível “mal entendido” de nossa Diretoria está prejudicando o nosso time, como os casos Adriano e Jean, eu não consigo ficar calado.

Deixando o extra-campo de lado e partindo pra dentro das quatro linhas, mais ainda tenho me decepcionado. Não sei se o Vadão tem culpa, se não tem. Mas indiscutivelmente nossos jogadores são muito fracos, a zaga não transmite nenhuma segurança, os laterais não apóiam e nem defendem, os volantes não protegem a zaga e nem sabem sair jogando com qualidade, nosso setor de armação é uma piada, depender de Rodriguinho e Fabrício é lamentável, e o Jádson não tem nada de excepcional, o ataque quando estamos sem Ilan e Dagoberto me causa sono.

Aliás não é nada raro estarmos sem a dupla de ataque titular, pois quando não é pelo nobre motivo de servir à Seleção, eles estão cumprindo suspensão devido aos cartões que recebem por reclamações. Não é possível que não tenha ninguém que mande os dois jogarem de boca fechada. O nosso banco de reservas é horrível, aliás nem temos banco. Aliado a tudo isso temos o Vadão, um treinador frio, molenga, que não sabe incendiar uma equipe, não sabe fazer uma inovação tática, mas também não sabe fazer milagres, porque esperar alguma coisa de Rodriguinho, Fabrício, Lê, Lobatón, Ricardinho e cia. é só se acontecer algum milagre.

Pior que tudo isso é ter que ver os “insuportáveis” lá em cima na tabela e até o timinho da vila na nossa frente…

Esse é meu desabafo, mas como recompensa a quem teve a paciência de ler tudo isso vou relatar algo que me deixou muito feliz e, certamente, os que não souberam disso também o ficarão: na saída do jogo contra o Paysandu o nosso zagueiro Igor estava com os olhos cheios de lágrima dirindo-se para o vestiário.

Reconheço que ele não é uma beleza tecnicamente falando, é apenas esforçado, mas é um jogador de brio, que nunca lhe faltou raça. E fico feliz em saber que alguém ainda veste essa camisa com amor e se abate após um mal resultado, porque infelizmente a maioria nem se lembra do jogo ao curtir mais uma balada no Malagueta.



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