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21 set 2003 - 22h29

O médico e o monstro

O nosso colega atleticano Leonardo Sepulcri escreveu uma análise, publicada no último dia 16, comparando a situação do Furacão ao filme “O Show de Truman”. Vou partir da mesma idéia para narrar meus sentimentos nesse triste domingo onde levamos a segunda goleada, em dois jogos.

Apesar de não estar satisfeito com o rendimento do time nos últimos jogos, tinha a esperança de que, contra um Juventude sem treinador e em início de uma crise, conseguiríamos desempenhar um bom papel e, quem sabe, voltar de Caxias com 3 pontos na bagagem. Fato que seria ótimo para o moral da equipe que terá dois jogos difíceis na seqüência: contra o Inter e contra o Flamengo.

Logo após o começo do jogo entrei em absoluto desespero. Nunca vi um time tão desorganizado em campo. O juiz ainda nos ajudou porque logo aos 4 minutos deixou de dar um pênalti para o Juventude. Logo passei a acreditar que via um filme de terror e não uma partida de futebol envolvendo o Atlético. As cenas eram bisonhas: erros de posicionamento, passes errados e alguns jogadores tentando ser o herói do dia, pois era pegar a bola e sair em disparada tentando driblar o time inteiro do Juventude para chegar ao gol. Um pavor! E reconheci, finalmente, o filme que eu via: era “O Médico e o Monstro”.

O comentarista do jogo na transmissão da televisão era o Batista, aquele jogador do Inter e do Grêmio, só que ele foi muito melhor jogador de futebol do que é hoje comentarista. Lembrei, então, que nosso atual treinador já foi comentarista também. E também lembrei que achava o Mário Sérgio um ótimo comentarista, comparado com os outros que trabalhavam na televisão naquele tempo. Era lúcido e quase sempre fazia uma análise clara, baseada num conhecimento teórico sólido, conseguido, suponho, em seus anos de jogador. Dessa mesma época, quando ele jogava, também lembro que, junto do grande futebol, trazia uma personalidade forte.

Quando ele foi ser treinador do Corinthians, muitos aguardaram com expectativa o resultado de seu trabalho, já que suas análises sempre tiveram destaque pela lucidez e suas teorias e conhecimento tático poderiam representar uma certa inovação no futebol. Logo ficou conhecido por estudar muito o adversário e procurar adaptar o jogo de seu time para neutralizar os pontos fortes da outra equipe.

Bom, apesar de todo esse conhecimento e teoria, nunca vi o Mário Sérgio ganhar nenhum título como treinador de futebol. Quase sempre o seu trabalho terminou bruscamente, vítima, talvez, daquela mesma personalidade forte demonstrada quando jogava, já que sempre deixou claro que não tolera interferência em seu trabalho.

Analisando somente o trabalho que o nosso treinador vem fazendo desde Agosto desse ano e esquecendo qualquer outro clube por onde ele passou ou mesmo a estada que teve aqui em 2001, pergunto: que benefícios a equipe teve com suas teorias e experimentações? Escalações misteriosas e improvisações no mínimo estranhas. Laboratório e testes…onde está o time base de Mário Sérgio? Será que o bom comentarista é isso, um bom comentarista? Quer dizer, o médico transformou-se no monstro que, cego pela experimentação, estuda a equipe adversária como um maníaco mas esqueceu o principal: conhecer profundamente a sua própria equipe. O que será que o Mário Sérgio comentarista diria do Mário Sérgio treinador após o fiasco de hoje?

A situação do Atlético está desesperadora porque não se vê saída, uma forma de melhorar o desempenho do time. Será que só nos resta preparar o espírito para um desastre?



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