22 set 2003 - 11h50

Opinião: ‘Enquanto há tempo’

Vamos encarar o problema de frente: O Atlético atravessa a sua pior fase desde 1995. Depois de voltar à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, nunca o Clube esteve em situação tão vexatória e perigosa, não só pela 18ª posição na classificação, mas também pelo ridículo futebol mostrado em campo.

É hora de abrir os olhos. Os seis pontos de distância da zona de rebaixamento representam muito pouco diante das quinze rodadas restantes, principalmente se o rendimento do time continuar o mesmo. E mais: dos seis adversários concorrentes ao rebaixamento, dois (ponte Preta e Bahia) receberão o Atlético dentro de casa, o que, de acordo com as estatísticas deste Campeonato, pode-se seguramente considerar como duas derrotas. Restariam, assim, apenas mais quatro Clubes brigando para escapar das duas “vagas” no trem para a Segundona, dentre os quais dois (Grêmio e Fluminense) fazem parte do grupo de eternos beneficiários pela organização esportiva brasileira, sendo de se esperar que contem com arbitragens protetórias e coisas semelhantes nesta reta final.

A situação, portanto, é grave. Não adianta querer se esconder do problema. É melhor acordar agora do que deixar a torcida com taquicardia nas últimas rodadas. É melhor o Sr. Mário Sérgio parar de inventar um pouco e definir um time para que este possar ter padrão de jogo. É melhor o nosso treinador enxergar que, se mesmo escalando vários zagueiros o time leva goleada, é melhor repensar o esquema tático.

Todo mundo diz que Mário Sérgio entende e muito de futebol. Talvez seja a hora de avisar isso pra ele, então. Ou será que sou só eu que acho que um time sem meio-de-campo não vai a lugar nenhum? Que esquema com muitos zagueiros só funciona quando se tem jogadores de qualidade, o que definitivamente não é o nosso caso? Que Jádson, por mais problemas extra-campo que tenha, não pode ficar de fora de um time que ruma para a zona de rebaixamento? Que alterando a escalação a cada rodada, o time não pode adquirir padrão de jogo?

Não acredito que o treinador seja o único culpado por esta situação caótica. Pelo contrário, acho que esta crise tem origens diversas, principalmente o formato de administração imposto pelo nosso Presidente, como venho escrevendo há tempos. Contudo, o momento não é oportuno para se debater sobre isto, mesmo porque não se pode mais alterar o time que terminará o campeonato. De momento, é hora do Clube concentrar-se no único objetivo que resta para este nefasto ano: fugir do rebaixamento. Enquanto há tempo.

Ricardo Campelo
Colunista da Furacao.com
coluna@furacao.com

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