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10 nov 2003 - 14h01

O melhor Atlético de todos os tempos

Seria óbvio escolher o Atlético de 2001, campeão brasileiro e tri-campeão paranaense, como o melhor de todos os tempos. Mais do que óbvio, não seria verdade.

O melhor Atlético da história é o dos campeonatos brasileiros de 1995/96. Campeão da segunda divisão em 95 e oitavo colocado em 96. Mais inesquecível que o Furacão de Jackson e Cireno, mais empolgante que o rubro-negro de Assis e Washington, mais explosivo que o time de Alex Mineiro, o Atlético de Oséas e Paulo Rink foi o melhor.

Quem conhece minimamente o passado do Clube Atlético Paranaense certamente deve estar de cabelos em pé. Achando que eu sou maluco, desinformado ou simplesmente estou querendo aparecer sendo do contra. Eu explico, e aposto que vocês vão entender.

Primeiramente, vamos aos esclarecimentos. Tenho 24 anos e não vi o Furacão de 1949 jogar. Os registros do grande futebol de Jackson e Cireno, claro, são poucos, estão mais na memória de quem esteve presente do que nas páginas dos jornais ou imagens de televisão. Sendo assim, não vou falar do que não presenciei e, consequentemente, não tenho autoridade para comentar. Do Atlético bi-campeão paranaense em 1983, terceiro colocado no brasileiro, o rubro-negro de Assis e Washington, o casal 20, só conheço as histórias, os públicos recordes, o futebol sensacional que quase roubou o título do monumental Flamengo de Zico.

Já do campeão brasileiro de 2001 eu posso falar à vontade. Fui a todos os jogos, acompanhei e vibrei de perto. E mesmo assim, o Atlético de 1995/96 foi melhor.

Falei, contei e não esclareci. Se você chegou até aqui para saber qual o motivo dessa escolha aparentemente maluca, agora vai entender o porquê de eu afirmar que o time campeão da segunda divisão e oitavo colocado no ano seguinte foi melhor que o rubro-negro de Alex Mineiro, Souza, Nem e Kleber, campeões da primeira divisão.

O meu critério foi simplesmente sentimental. Sim, escolhi pelo coração. Não fiz nenhuma análise técnica, tática, teórica, física ou matemática. Nada. Pelo contrário, para essa decisão foi fundamental me afastar de todos esses juízos racionais. Não importam os gols marcados, sofridos, onde o time treinava, quais jogadores da época foram convocados para a seleção, se era possível nos intervalos comer pizza e ir a banheiros limpinhos, muito menos em que divisão do campeonato o Atlético se encontrava. O que vale, o que realmente importa é quando o sentimento de ser rubro-negro foi mais intenso. Quando a alegria de ver o Atlético em campo era plena.

Quando? No campeonato brasileiro da segunda divisão de 1995 e no brasileiro de 1996.

Eu entendo que seja uma avaliação bastante subjetiva. E por isso seria arriscado afirmar num mundo futebolístico tão acostumado a eleições de “melhor de todos os tempos” meramente técnicas dizer que um time “meio segunda divisão, meio primeira”, marcou a história de um clube de alto nível. Mas o que é o futebol se não a simples paixão por um time?

Aposto que agora está tudo bem mais claro e, provavelmente, boa parte da minha imagem de maluco tenha desaparecido. Então, digo mais, desafio quem tenha gritado a plenos pulmões “dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe ô, dá-lhe Atlético” na velha-nova Baixada a me contrariar e apontar outro momento na história do Atlético mais legal. Eu duvido. E garanto, mesmo a geração Arena, mais orgulhosa, acostumada ao conforto e as conquistas recentes há de ficar em dúvida na escolha.

Um time e uma diretoria de verdade capitaneada pelo corajoso Mario Celso Petraglia. A recuperação total do sentimento de carinho do torcedor pela querida Baixada reinaugurada em 94 que andava meio indeciso devido ao fracasso no brasileiro daquele ano. Oséas e Paulo Rink, dois atacantes que aniquilavam as defesas adversárias. Uma torcida apaixonada, barulhenta, criativa e, principalmente, muito unida fizeram dos anos de 95 e 96 os mais saborosos da minha vida atleticana. Seleção brasileira, olimpíadas, qualquer coisa, nada era melhor que um domingo de sol na Baixada.

Quem consegue não ficar arrepiado ao lembrar do gol de Oséas contra os Coxas aos 48 do segundo tempo no brasileiro de 96? O banho de bola nos 6×0 contra o Mogi Mirim em 95? A inauguração da iluminação da Baixada contra o Barra do Garças? Quem consegue esquecer Ricardo Pinto? E a simpatia e o bom futebol dos polacos Nowak e Piekarski? As vitórias em cima de Vasco e do então invencível Palmeiras debaixo d’água?

Mais. A Baixada inteira (eu disse inteira) de pé cantando e pulando com o Furacão. O mar de bandeiras dos Fanáticos. O clima de amizade, paz e, óbvio, alegria, antes, durante e após as partidas. Quem não contava os dias para ver o Atlético novamente? Quem não acordava no domingo e sentava à mesa já com a camisa rubro-negra? Foram tantos momentos que é impossível citar todos aqui.

O ano de 2001 foi maravilhoso. Sensacional. Mas nunca a comunhão entre time, torcida, estádio e resultados foi tão perfeita como em 95/96. Portanto…

Atlético de 1995/96, O MELHOR DE TODOS OS TEMPOS.



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