Oito anos da volta à primeira divisão
Eram 19 minutos do primeiro tempo quando o cerebral João Antônio lançou a bola em diagonal. Paulo Rink dominou e encheu o pé, chutando cruzado no canto inferior esquerdo do bom goleiro Aílton Cruz. A bola ultrapassando a linha do gol foi o preciso momento que definiu o retorno do Atlético à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Naquela tarde de domingo, 10 de dezembro de 1995, o Atlético definia sua sorte na Segundona para, tomara, nunca mais voltar a freqüentá-la. Há exatos oito anos, na cidade de Mogi Mirim.
O Atlético vinha de uma vitória apertada na Baixada, com um gol de pênalti anotado por Everaldo, justamente contra a equipe paulista. Naquele quadrangular, já havia vencido o Central, em Caruaru e empatado com o Coritiba, no Pinheirão. Uma simples vitória faria o rubro-negro chegar aos dez pontos e garantir por antecipação uma vaga na elite do futebol brasileiro em 1996.
Depois da partida, o Atlético ainda perdeu umb jogo e venceu o derradeiro, goleando o Central na Baixada por 4 a 1, na bela e ensolarada tarde de sábado, dia 16 de dezembro. Com o empate por um gol entre o Coritiba e o Mogi Mirim, o Atlético assegurava seu primeiro título nacional, o da Série B do Campeonato Brasileiro.
Campanha
O Atlético realizou uma campanha fenomenal. Estreou com uma derrota para o Goiatuba, em 10 de agosto de 1995, sendo derrotado por 2 a 0. Porém, 28 partidas depois, o Furacão contabilizava 20 vitórias (12 na Baixada e 8 fora), 5 empates (2 no Joaquim Américo e 3 fora) e apenas 3 derrotas (todas fora de casa). Foram 65 pontos de um total de 87 disputados, com um aproveitamento de 77,38%.
Além de contar com o artilheiro da competição – Oséas, com 14 gols -, teve o melhor ataque com 47 gols marcados e a torcida mais fiel do campeonato, levando mais de 150 mil pagantes durante o campeonato, com uma média de 10.705 pagantes por partida.
O Atlético começava ali sua caminhada rumo ao reconhecimento nacional, com o projeto de expansão da Baixada (que veio a ser demolida, dando lugar à moderna Arena da Baixada), aquisição e construção do melhor Centro de Treinamentos da América Latina e a consagração que resultou na hegemonia no futebol paranaense nos últimos anos, a revelação de jogadores em todas as categorias de base e que servem às Seleções Brasileiras, a conquista do pentacampeonato mundial com o meia Kleberson e o título máximo da história atleticana: o do Campeonato Brasileiro de 2001.
O gol de Paulo Rink naquela tarde ensolarada em Mogi Mirim era apenas o começo dessa vitoriosa trajetória. Hoje nós sabemos.
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A campanha
1ª fase
Goiatuba 2 x 0 Atlético
Barra do Garças 3 x 4 Atlético
Novorizontino 1 x 2 Atlético
Atlético 3 x 0 Barra do Garças
Atlético 2 x 0 Novorizontino
Atlético 2 x 0 Goiatuba
Americano 0 x 0 Atlético
América 0 x 0 Atlético
Atlético 2 x 1 América
Atlético 2 x 0 Americano
2ª fase
Novorizontino 2 x 3 Atlético
Atlético 1 x 1 Londrina
Mogi Mirim 1 x 0 Atlético
Atlético 6 x 0 Mogi Mirim
Londrina 1 x 2 Atlético
Atlético 1 x 0 Novorizontino
Semifinal
Bangu 0 x 1 Atlético
Atlético 2 x 1 Sergipe
Atlético 2 x 0 Central
Sergipe 1 x 1 Atlético
Central 1 x 2 Atlético
Atlético 1 x 0 Bangu
Final
Central 0 x 1 Atlético
Atlético 1 x 1 Coritiba
Atlético 1 x 0 Mogi Mirim
Mogi Mirim 0 x 1 Atlético
Coritiba 3 x 0 Atlético
Atlético 4 x 1 Central
Clique aqui para saber mais sobre o Atlético na Série B do Campeonato Brasileiro de 1995.
Reportagem: Juarez Villela Filho, da Equipe Furacao.com