Opinião: “Quem não tem cão…”
O presidente João Augusto Fleury tem toda a razão quando diz que o Atlético entra no Campeonato Paranaense para vencer. O Furacão tem que ter esta mentalidade em todas as competições, sempre, seja uma copa Sesqui ou um Campeonato Brasileiro. Principalmente em um ano importante para o clube, como esse do 80º aniversário.
Mas é lamentável que, nessa época que tanto se fala em moralização do futebol brasileiro, os torcedores sejam submetidos a um campeonato como esse, com uma fórmula dessas e com participantes sem a mínima estrutura profissional.
Basta dar uma espiada na tabela para ver que foi obra de algum gênio. Na primeira fase, os times são divididos por um critério “muito técnico”: sul contra sul, norte contra norte. Os seis primeiros de cada grupo classificam-se para a segunda fase. E continua o festival: “os times classificados são divididos em dois grupos de seis e disputam um turno único. Os três primeiros colocados de cada grupo na primeira fase jogarão três partidas em casa e duas fora. Os colocados entre o quarto e o sexto lugares jogam duas em casa e três fora. Os dois primeiros de cada grupo estão classificados para a terceira fase”. Depois disso tudo, semifinais e a grande final, em dois jogos.
Ora vejam só. Pela fórmula, o melhor time pode abrir uns 15 pontos de vantagem durante a competição que, mesmo assim, não garante o título… Critérios técnicos…
Sem falar que existe ainda um tal Torneio da Morte, com os quatro últimos colocados da primeira fase, que vale a fuga do rebaixamento e uma vaga para a série C do Campeonato Brasileiro!!! Ou seja, o critério “muito técnico” para classificar um time ao campeonato brasileiro é esse time ser quase rebaixado!!!
O campeonato paranaense de 2004 nada mais é do que um pitoresco torneio, bem ao estilo dos anos 70/80. Palmas para a Federação Paranaense que ela merece…
E pensar que os dirigentes enterraram a Copa Sul-Minas, uma das competições mais interessantes que surgiram nos últimos tempos, que propiciava grandes confrontos e grandes clássicos. Essa sim, era uma boa preparação para o Brasileirão.
Mas, como diz o velho ditado: quem não tem cão, caça com gato. A Baixada já está saudosa de sua torcida. E seja contra Adap, Cianorte ou o arquirival Coritiba, que a garotada do Furacão entre em campo a partir de hoje com o objetivo único de honrar a camisa rubro-negra e conquistar mais um título.
Eduardo Aguiar
Colunista da Furacao.com
coluna@furacao.com