Opinião: “Obrigado, Adriano”
O nome Carlos Adriano de Souza Vieira está gravado na história de quase 80 anos do Clube Atlético Paranaense. Nada (nem sua conturbada saída) poderá apagar isso. A história de Adriano no Atlético é mais do que conhecida, mas não custa ser relembrada.
Ele chegou ao clube nos primeiros dias de 1998. Semi-analfabeto e com uma série de problemas físicos, foi uma espécie de Garrincha dos tempos modernos. Com aquela compleição física, não poderia ser um atleta de ponta em qualquer outro esporte. Mas o futebol é diferente dos outros esportes justamente por isso.
Venceu pela habilidade e por suas qualidades. Logo nos primeiros jogos, confirmou a fama de ótimo jogo e encantou os olhos da torcida rubro-negra. Mas o Atlético não recebeu os gols e a alegria de Adriano de graça. Retribuiu e lhe deu em troca educação, saúde, alimentação, fama, reconhecimento, a Seleção Brasileira e tudo o mais que um jogador de futebol pode sonhar.
Adriano não fez pouco. Foi campeão paranaense em 1998, 2000 e 2002; brasileiro em 2001; e da Seletiva em 1999. Esteve presente na inauguração da Arena da Baixada e disputou duas Libertadores pelo Atlético. Vestiu a camisa do Atlético em mais de 200 jogos e fez mais de 60 gols.
Isso é o que fica na história e na lembrança de cada atleticano. A saída não foi das melhores, mas não consigo ter raiva do Adriano. Que ele busque seu caminho e seja feliz. E, quem sabe, um dia volte à Baixada.
Marçal Justen Neto
Editor da Furacao.com
equipe@furacao.com