5 fev 2004 - 22h21

Aposta no mercado estrangeiro

Nove integrantes da Associação dos Treinadores dos EUA estiveram na Arena da Baixada conhecendo a estrutura do melhor estádio da América Latina. O objetivo desse pessoal é o de fazer possíveis intercâmbios entre atletas dos dois países. O anfitrião foi Miguel Lima, representante há três anos do Atlético em solo americano.

Há 34 anos trabalhando como empresário de futebol, Miguel não escondeu a satisfação de estar em Curitiba mostrando para a comitiva a estrutura do Atlético. “O Atlético é diferente de todos. Trabalha com todas as categorias. Conheci aqui um paraíso”, afirmou.

O empresário foi o responsável pelo amistoso contra o Monterrey, em Dallas, em 2003 e também já acertou uma participação do Furacão na Dallas Cup deste ano. O Atlético vai viajar como um time sub-19.

Confira uma entrevista exclusiva ao site Furacao.com onde Miguel expõe seus métodos de trabalho e elogia a parceria com o Atlético.

Como surgiu a sua ligação com o Atlético?
Depois que consolidei os negócios envolvendo o meu hotel no nordeste, não agüentei mais de saudades dos campos de futebol e voltei para os EUA. Foi quando conheci o então técnico Brida, do Corinthians, que estava participando do Dallas Cup. Assim que ele veio a Curitiba, entrou em contato comigo, me dizendo que estava trabalhando no Atlético Paranaense. Em 2000, vim para cá e conheci o Oscar e o Antônio Carlos Gomes, com o intuito de trazer jogadores dos EUA para cá.

Como funciona o recrutamento dos jovens?
Por eu ter um nome forte nos EUA, como pessoa e profissional, nunca deixei de manter contato com o pessoal aqui do Brasil. Quando eles vêm para cá, os pais vêem como um investimento, porque os meninos adquirem mais conhecimento técnico e são muito bem treinados. Quando eles voltam para casa, estão mais preparados e bem à frente dos outros meninos.

Como funciona a parceria da sua empresa com o Atlético?
Bom, em 34 anos atuando na área, sei bem que aqui há ótimos jogadores, que recebem um ótimo acompanhamento desde as categorias de base. Minha empresa cuida e organiza tudo. Nós vendemos pacotes, por exemplo, de 30, 60 e 90 dias de permanência no país. Pagamos todos as despesas do atleta e colocamos nosso lucro no total.

Quais são os atributos que os jovens precisam ter para serem selecionados?
É preciso ter o 2º grau completo, ter bom conhecimento em inglês e claro, jogar bem. Lá, eles estudam em grandes universidades até se graduarem, podem receber até 40 mil dólares por ano e há possibilidade dos jogadores atuarem em times profissionais. Nos EUA, não há clubes e sim, grandes universidades. Além do mais, eles adquirem um ótimo aprendizado, cultura e podem acabar contratados por grandes equipes.

Qual a maior satisfação em trabalhar há mais de 30 anos no futebol?
Eu amo o meu trabalho, gosto muito de tudo que faço. Sou extremamente patriota, divulgo o meu país através do esporte. Possuo a seguinte filosofia: Deus nos fez à sua semelhança. Cada um de nós possui dons e qualidade, que nós temos que saber colocar em prática. Agradeço ao Criador todos os dias, pela minha vida, por tudo o que tenho, peço inteligência para lidar com o próximo e passar meus conhecimentos aos jovens.

O senhor nunca pensou em trabalhar com jogadores profissionais?
Nunca pensei porque eu me sinto mais feliz trabalhando com os jovens, é muito mais fácil do que com os adultos. Tenho paixão por tudo o que faço e hoje, graças à Deus, sou um grande profissional. Há meninos que tiveram uma infância difícil e chegam até a mim em lágrimas. Eu, felizmente, tenho tudo do bom e do melhor, mas nunca recebi um abraço do meu pai. Adoro os jovens, trato-os como meus filhos. Eu nasci para isso, sou abençoado.

Mais informações: http://www.delimasoccer.com.

Entrevista concedida a Monique Silva e Julia Abdul-Hak, do Conteúdo da Furacao.com



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