A jornada apenas começou
A coisa toda parece filme velho. Em 2001, quando foi iniciada a preparação para a campanha do Campeonato Brasileiro, o Atlético era um time cheio de novas promessas: Alessandro, Rogério Correia, Fabiano, Cocito e Kléberson. Também havia jogadores consagrados na campanha da Seletiva da Libertadores e na própria e fatídica Libertadores de 2001: Adriano, Kleber e Gustavo.
Naquele ano de 2001, durante o Campeonato Paranaense, onde fomos campeões em três empates contra o Paraná Clube, perdemos os dois Atletibas (11/02/01 – ervilha 2 X 0 Atlético e 08/04/01 – Atlético 2 X 3 ervilha). Além disso, chegamos a perder para o time do Iraty (18/04/01 – Iraty 1 X 0 Atlético). Os resultados estão aí na página Furacão.com, para quem quiser conferir.
Apesar de perder os dois Atletibas, fomos Campeões do Paranaense e fomos Campeões Brasileiros. Campeões Brasileiros com um time montado por Mário Sérgio. Um time que, convenhamos, não era recheado de estrelas. Tinha jogadores competentes, é verdade, mas o esquema tático que deu certo, mesmo aquele utilizado por Geninho, foi desenvolvido por Mário Sérgio desde o início da preparação para o Brasileiro.
E o Atlético não era um time de retranca. Era um time que atacava constantemente o adversário. Era um time que jogava pelas duas laterais e que também atacava pelo meio. Entretanto, também foi um time que sofreu alguns altos e baixos no início do campeonato e que só engrenou lá pelo 13º jogo.
Ou seja, o trabalho de preparação apresentou seus resultados quase no meio do campeonato. E, permitam-me expressar uma opinião pessoal, exatamente na hora em que era necessário.
Agora, em 2004, o time do Atlético volta a fazer um trabalho de preparação para o Campeonato Brasileiro. E este trabalho tem que ser sério, pois o campeonato é longo, difícil e muito concorrido. Principalmente pelo fato de que Cruzeiro, Santos, São Paulo e os próprios ervilhas reforçaram muito seus respectivos elencos, com olhos postos na Libertadores.
E, para que o Atlético tenha chances de fazer bonito no Brasileiro, foram trazidos alguns reforços, apostou-se em alguns jogadores jovens e alguns dos veteranos permaneceram. Outros foram vendidos. Isso tudo faz parte do dia-a-dia de qualquer clube. O importante, todavia, é o fato de que o time está sendo devidamente preparado. Note-se, preparado. Falta muito para que os jogadores atinjam o nível ideal técnico e físico. Falta muito para que o esquema tático passe a produzir resultado nos noventa minutos de jogo.
Alguns torcedores, entretanto, no quarto jogo do Campeonato Paranaense já querem a cabeça do treinador. Já querem substituições e, na falta de ídolos, começam a adotar como craques garotos que há pouco tempo atuavam pelos juniores. A vergonha do Pré-Olímpico apresenta os riscos de elevar à condição de estrela jogadores tão jovens.
Sei que a torcida precisa de ídolos. Que a saída de Adriano foi traumática e que uma vitória no Atletiba permitiria tripudiar sobre o rival.
Mas resultados imediatos levam a quedas dramáticas. Foi assim na Libertadores de 2002. Jogadores cansados e falta da devida preparação. O resultado é de dolorosa lembrança para todos os Atleticanos.
É importante, desta forma, que seja dado um voto de confiança ao treinador. Não há nenhum problema em um time irregular no Campeonato Paranaense. O importante é o Brasileiro. Lá sim eventuais substituições equivocadas, erros na escalação e esquemas táticos medrosos poderão e deverão ser criticadas.
Até lá, pouco importa que o título paranaense seja de forma invícta ou com derrotas. A jornada apenas começou.