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22 fev 2004 - 23h23

Atleticano até morrer

O hino atleticano não toca no assunto, mas entre as marchinhas entoadas pela torcida, uma delas fala perfeitamente no amor que se toma ao clube e que “uma vez atleticano, atleticano ate morrer”. Nada melhor para expressar o sentimento que se nutre por este clube nascido, a 24 de março de 1924, da união do América e do Internacional, pois consegue aflorar ate naqueles que só o conheceram recentemente, apesar de sua historia de conquistas e glorias no futebol paranaense e nacional.

Nao por acaso, quando morava em minha cidade natal, em 1999, via pela TV um jogo entre o Furacão de Lucas, Kelly e Adriano se classificar para a Libertadores, no torneio seletivo, enquanto esperava, na ante-sala do pediatra, para ser atendido, em plena quarta-feira à tarde. Alguns dias depois, estava tomando a decisão de ir para Curitiba, convidado a trabalhar numa multinacional.

Por certo, não seria apenas coincidência que o único jogo que passou em outubro de 1989, em plena lua-de-mel, era entre o meu time e o Furacão. Assim, mesmo sem eu prestar muito atenção, a TV estava ligada naquele domingo, dia 1 de outubro, passando o jogo diretamente de Curitiba. E também não seria apenas coisas do destino, eu torcer pelo Bangu, na final do brasileiro de 1985, antecipando o meu sentimento perante o time rival, só porque o time carioca tinha as mesmas cores do meu time natal.

Por fim, do futebol paranaense, conhecia apenas jogadores como Assis e Washington, Oséas e Paulo Rinck, Ricardo Pinto e recentemente Lucas e Adriano. Dos outros, nada sabia.

Outro fato importante foi a construção da nova Arena, inaugurada em 24 de junho de 1999, dia em que eu viria completar mais um ano de vida. Por isto, quando desembarquei na capital paranaense, só faltava um empurrãozinho para me tornar mais um torcedor atleticano. E, na verdade, quase fui jogado dentro do Joaquim Américo, tamanho foi o empurrão que levei. Falando melhor, foram dois empurrões.

O primeiro foi o local onde fui morar. Na Rua Lamenha Lins, vizinha ao bairro da Água Verde e a poucos metros da já famosa Arena da Baixada. O segundo foi o ciclo de amizades (sempre fundamental neste tipo de escolha – principalmente quando se vem de uma cidade para outra). Os meus maiores e melhores amigos eram todos rubro-negros paranaenses. Por isto, só tenho a agradecer a família Villela (Rubens Alexandre, Lyz, Durlene, Rodrigo, Rosane e Maria Augusta), aos Tobias de Macedo (pai e filho), Diogo Fadel Braz, Marcelo Macioski e Juliana Kluppel, Gabriela Teixeira, André Lopes, Lorenil Junior, André Brusamolim e tantos outros rubro-negros que me fizeram gostar mais ainda do Furacão da Arena, pois foi fácil transferir o sentimento que tinha por eles para o clube.

Alias, um time que só me deu alegrias, pois chegue a terra dos pinhais no inicio de 2000 e já fui vendo jogos da Libertadores da América (quando o time de Flavio, Lucas, Kelly e Adriano ganhou todos os jogos na primeira fase) e foi logo ganhando o titulo paranaense do primeiro estadual que eu presenciava, com Gustavo empatando um jogo contra os rivais coxa-brancas. E logo depois, em 2001, ano do ápice do CAP no cenário nacional pude acompanhar a campanha vitoriosa do campeonato brasileiro, do excelente time de Flavio, Alessandro, Nem, Fabiano, Cocito, Kleberson (despontando para o Brasil), Kléber e o herói Alex Mineiro.

Vi jogos que até hoje não saem da cabeça, como contra o São Paulo, o Fluminense e principalmente o São Caetano (na memorável final da Arena, lotada). Fui campeão brasileiro, pela primeira vez, como o Furacão e sua torcida (e que torcida – linda e atuante). De quebra fui bicampeão paranaense, com três empates contra o Paraná.

No ano seguinte, entrei em campo, numa promoção de uma empresa de celular, para levar um gol de um anão, em plena final da Copa Sul-Minas (uma pena ter sido extinta) e vi a goleada do tricampeonato, na final do super paraense, contra os tricolores atordoados diante do ataque fulminante do envolvente time da Arena. Que, em verdade, já não editava as magias do ano anterior, mas que ainda tinha o melhor elenco entre os times paranaenses e mantinha a supremacia, com as mãos amarradas.

Pude presenciar, também, o time campeão brasileiro ser totalmente desfeito, começando com seu capitão Nem e terminando com Kleberson (já pentacampeão), mas vi surgir um Dagoberto, um Fernandinho e um Rodriguinho, que serão novos ídolos da mesma torcida que soube empurrar o time para o primeiro titulo nacional (que tenho certeza que não será o único). E, mais uma vez, de quebra, vi mais uma Libertadores.

Por tudo isto, tornou-se impossível deixar de torcer pelo Atlético-PR, mesmo tendo retornado à minha terra natal no ano passado. E acompanho, com uma enorme frustração, a belíssima campanha que o novo Furacão do velho Mário Sérgio, que começou a montar o time campeão brasileiro em 2001 e que ano passado começou a montar este novo time, vem fazendo no estadual em 2004. Cheguei a sonhar que estava na Arena, outro dia, numa “baita saudade”.

Nao fosse um golzinho safado, no final do Atletiba, no Couto Pereira, a equipe que tem mais um ídolo-goleiro (Diego), honrando a tradição iniciada com o velho Caju e que já teve Marolla, Ricardo Pinto e Flávio entre seus destaques embaixo das traves, estaríamos com um aproveitamento de 100% e não 90%, ao final desta primeira fase do campeonato paranaense.

Alguns irão dizer que a primeira fase não vale nada e não estarão errados. Mas, de qualquer maneira, foi uma campanha fantástica. Jogando contra os melhores clubes paranaenses, o Furacão venceu 6 dos 7 jogos, mantendo-se invicto ao longo da competição. Fez 20 gols e só levou 3. Deve-se ver que a terceira força do Estado frustrou seus torcedores e ficou em um sétimo lugar, tendo que amargar uma desclassificação inimaginável antes da bola rolar e terá que disputar um “torneio da morte”, para não ser rebaixado, jogando contra os mesmos adversários do Atletico – o que comprova que os times estão bem, mas o Furacão melhor que todos.

Assim, a segunda fase, deve servir de aprimoramento para o time de Mario Sergio, que pode e deve se classificar para as semifinais. Mas não pode haver descuido. Deve-se manter as chuteiras no mesmo nível do chão, que desta primeira fase e manter o mesmo aproveitamento, ou quem sabe, alcançar os 100%.

O campeonato, nos leva a crer numa final entre os maiores rivais, já que o Paraná esta fora do páreo e os coxas ainda se recuperaram, para chegar em segundo lugar. Por isto, se torna fundamental, seriedade. Dignidade em vestir a bela camisa rubro-negra, como eu mesmo já vesti uma primeira vez, quando morei em Curitiba, pois aprendi que a “camisa rubro negra só se veste por amor”. Ah, como aprendi….



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