26 fev 2004 - 21h00

O Cianorte já era!

O lateral-esquerda Marcão cobra lateral na área. Washington sobe e disputa a bola com o goleiro Adir, que perde a dividida. Ilan pega a sobra e ajeita para trás. Alessandro Lopes manda uma bomba no ângulo superior esquerdo do goleiro, estufando as redes e levantando a torcida rubro-negra na fria noite curitibana desta quarta-feira.

A descrição do primeiro gol do Atlético contra o Cianorte sugere que o Furacão da primeira rodada da segunda fase foi o mesmo que soprou forte nos primeiros jogos do Campeonato Paranaense. A conclusão seria correta, não fosse uma informação omitida: o lance ocorreu aos 45 minutos do primeiro tempo e não nos minutos iniciais, como o rubro-negro está acostumado.

Não que o Atlético não tenha começado bem. Logo aos 2 minutos, Ramalho roubou uma bola no meio-campo e lançou Washington. O atacante matou na entrada da área e ajeitou para o lado. Jadson chutou forte e obrigou Adir a fazer uma grande defesa, mandando para escanteio. Na cobrança, Marcão desviou no primeiro pau e Fernandinho pegou de raspão, quase abrindo o marcador.

Depois do início habitual, o Atlético sofreu para dominar o Cianorte. Um lance significativo da atuação atleticana foi o desarme efetuado por Jadson em plena lateral-esquerda, aos 9 minutos de jogo. Depois de tirar a bola de Barbieri, o meia ofensivo abriu os braços e reclamou com os companheiros. No minuto seguinte foi a vez de Washington cortar um cruzamento na área atleticana.

A torcida teve certeza de que algo estava estranho aos 13 minutos de jogo. Um forte vento soprou pela Baixada, levantando papéis e obrigando os torcedores a apertarem os casacos. Mas o presságio de um furacão não inspirou o Atlético. Confuso, o time não conseguia ameaçar a meta do bem armado Cianorte.

Aos 25 minutos, o goleiro Diego aproveitou uma paralisação do jogo e deixou sua meta. Primeiro conversou com Ramalho. Depois, falou com Marcão e Rogério Corrêa. O capitão ouviu, gesticulou e procurou outra roda de atleticanos que debatia a poucos metros, formada por William, Fernandinho e Jadson. Pelos gestos, ficou claro que o teor das conversas era o posicionamento da equipe.

O resultado não apareceu imediatamente, mas aos poucos o time melhorou. Aos 33, William cruzou da direita, mas Washington não alcançou a bola. Marcão ficou com a sobra e devolveu a bola para a área. Desta vez, a zaga cortou e Alan Bahia chutou forte, mas para fora. No minuto seguinte, Jadson fez linda jogada e tocou para Marcão. Ele cruzou e a cabeçada de Rogério Corrêa passou perto do travessão.

William e Marcão passaram a ser mais acionados e as chances do Atlético aumentaram. Ilan ainda perdeu duas chances de abrir o marcador. Aos 40, chutou fraco em cima do goleiro Adir. Aos 42, bateu muito forte, por cima da trave. Mas a persistência atleticana foi premiada com o gol. Aos 45, no último minuto regulamentar, o Furacão abriu o marcador.

Segundo tempo: golaço de Ilan

A vantagem no placar transformou um jogo atípico em normal, mas apenas mais difícil. Com isso, o Atlético passou a jogar com mais tranqüilidade e impediu os avanços do Cianorte. Aos 10 minutos, Jadson cobrou falta na área e Ilan cabeceou para fora. Logo em seguida, Marcão ficou com um rebote, mas chutou por cima do gol.

Ilan voltou a perder uma chance aos 15 minutos. Fernandinho cruzou para William, que escorou de cabeça para o centro da área. Ilan armou a bicicleta, mas a bola passou raspando a trave do goleiro Adir. O lance foi um treino para o atacante rubro-negro. Cinco minutos depois, Fernandinho fez ótima jogada na ponta-direita e cruzou para a área. Ilan recebeu na marca do pênalti, de lado para o gol. Numa fração de segundo, ele girou e bateu de voleio. A bola ainda tocou no pé da trave esquerda antes de entrar.


Ilan marcou um golaço no segundo tempo (foto: Walter Alves / Pron).

A beleza do lance e a dificuldade do jogo fizeram com que o gol fosse ainda mais comemorado pelos jogadores. Todos os atletas se abraçaram, inclusive o goleiro Diego, que vibrou com os reservas, que se aqueciam atrás do seu gol.

A primeira demonstração de que o Cianorte estava entregue ocorreu aos 33 minutos. Alessandro Lopes falhou ao tentar desarmar Samuel, que ficou em boa posição para chutar. A conclusão do atacante acabou gerando um lateral para o Atlético e despertando reclamações de seus próprios companheiros.

Nos minutos finais, o técnico Mário Sérgio aproveitou para mudar a equipe. Colocou em campo Bruno Lança, Renna e André Luiz. O Atlético administrou o jogo, arriscando pouco e sofrendo poucos riscos. Nos minutos finais, dois erros atleticanos quase custaram a invencibilidade de Diego no jogo. Aos 46, Fernandinho perdeu bola no ataque e foi salvo pelo desarme providencial de André Luiz. Nos segundo finais, Rogério Corrêa se atrapalhou com Diego em uma resposição de bola, mas Samuel chutou nas mãos do goleiro atleticano.

Um lance esquisito para encerrar um jogo diferente. Mas a vitória atleticana por 2 a 0 garantiu uma boa estréia na segunda fase e a seqüência na caminhada rumo ao título estadual.

1ª Rod. – 2ª Fase – Paranaense – (26/02/04) – Atlético 2 x 0 Cianorte
L: Arena da Baixada; A: Nilo Neves de Souza Júnior (PR); CA: Cuca, João Renato, Wellington, Alan Bahia, Rogério Corrêa e Ilan; P: 5.860; R: R$ 51.552,50; G: Alessandro Lopes, aos 45 do 1°; Ilan, aos 19 do 2°.

ATLÉTICO: Diego; William (André Luiz), Alessandro Lopes, Rogério Corrêa e Marcão; Ramalho, Alan Bahia (Bruno Lança), Fernandinho e Jadson; Ilan e Washington (Renna). T: Mário Sérgio.

CIANORTE: Adir; Wellington (Márcio), João Renato, Edson Santos e Fábio Carioca; Marcelo Lopes, Cuca, Reginaldo (Fernandinho) e Barbieri; Souza (Róbson Nese) e Samuel. T: Caio Júnior.



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