Um mês depois de ser contratado pelo Middlesbrough, e sem nunca ter ficado nem sequer no banco de reservas da equipe principal do time inglês, o meia Ricardinho fez sua estréia sem glória nem holofotes. Nesta segunda, ele jogou os 90 minutos de um amistoso contra o Morecambe, da segunda divisão. O Middlesbrough venceu por 2 a 1.
Apesar de ter se credenciado a um lugar no banco para a partida de sábado, contra o Birmigham (pela Premier League, a elite inglesa), o jogador está apenas cumprindo tabela no pequeno clube do norte da Inglaterra. Seu contrato de três meses, que vence daqui a 60 dias, dificilmente será renovado. O destino de Ricardinho será o Brasil, onde várias equipes negociam o empréstimo de seu passe. Em sua estréia no Middlesbrough, Ricardinho viveu de perto um drama: viu um companheiro, o zagueiro Andrew Devies, ter fratura dupla na perna. Por pouco o jogo não foi suspenso.
Inglaterra à parte, e apesar do interesse do Corinthians, seu ex-clube, Ricardinho tende a aceitar a proposta de um time que nunca defendeu, mas que fica numa cidade que conhece bem: o Atlético-PR, de Curitiba, terra onde o paulista foi criado e iniciou a carreira.
Ricardinho conhece bem a estrutura do clube, campeão nacional de 2001, e já declarou mais de uma vez a preferência por atuar fora do eixo Rio-São Paulo, onde o trânsito carregado o incomoda (ele detestava morar em São Paulo) e o excesso de jornalistas é outro complicador.
Em Curitiba, acredita Ricardinho, ele encontraria a paz para reencontrar o futebol que o levou à Seleção Brasileira, pela qual conquistou (apesar da discreta participação em três jogos e pouco mais de 55 minutos jogados) o pentacampeonato mundial.
Todas as pistas sobre o futuro do jogador são dadas em conversas reservadas com amigos. Oficialmente, o procurador de Ricardinho, Rubens Pozzi (também seu tio), não admite nenhuma conversação com clube brasileiro algum. A afirmação é desmentida pelo vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, que confirmou ter procurado o jogador.
O Atlético-PR também silencia, preocupado em administrar uma crise de relacionamento com a torcida. Ao anunciar que cobrará R$ 30 pelo preço do ingresso no Campeonato Brasileiro, o clube desatou uma onda de protestos dos torcedores.