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12 abr 2004 - 19h51

Coisas que me intrigam

Assim como 99,9% dos torcedores brasileiros, eu também prefiro ver um time que vá para cima do adversário, jogue um futebol bonito e envolvente, ao invés de uma retranca.

Também não fui ao jogo no sábado, por motivo de viagem ao interior, tendo que o escutar no rádio. Como demorei para sintonizar qualquer emissora, não ouvi a escalação do time, de modo que só tomei conhecimento no decorrer da partida e, ao ouvir o nome de 3 zagueiros e 3 volantes, entrei em desespero. Piorou quando não ouvi os nomes do Washington e do Fernandinho. De repente, Vanderson expulso, sai Jádson e entra outro zagueiro (bom esse Valnei!). No intervalo do jogo, 1×0 para eles, tive a certeza do time que estava em campo.

Começa o segundo tempo e o Furacão empata o jogo. Beleza, vamos segurar o empate. Daí, o cara deles faz um golaço. Final de jogo: 2×1. Escuto os comentaristas. Xinguei até a 4ª geração do Mário Sérgio, fiquei indignado com ele por ter jogado na retranca. Lembrei do 1º Atletiba do ano. Às 10 da noite, começa a ser transmitido o jogo na TV (ao menos a TV pegava lá). Vi todos os lances, com replay e tudo mais. Por volta da meia-noite, antes de dormir, faço uma oração a Deus e peço desculpas pela minha indignação com nosso Técnico. Parecia que foram dois jogos no mesmo dia, um do rádio e outro da TV. Fui injusto com Mário Sérgio e acho que ele não errou tanto assim como estão falando. Acredito que seu erro foi a escalação do Ramalho que, nervoso, além de falhar no 1º gol deles, quase comprometeu ainda mais o time com as faltas violentas que cometeu (deveria ter sido expulso) – está sem ritmo de jogo, provavelmente por voltar de contusão.

Desculpem-me meus amigos atleticanos que pensam o contrário, mas analisando o jogo lance a lance, o Atlético não foi tão mal como estão falando. Também não acho que foi proposital a “cotovelada” do Vanderson, mas, como a cena do adversário foi digna de Oscar, o árbitro não tinha outra alternativa. Por óbvio, os verdes tiveram nítida superioridade de volume de jogo, afinal, quem precisava ganhar? Não fizeram mais do que a obrigação. Vi quatro falhas da nossa defesa/marcação, a 1ª no gol do aristizábal (falha de marcação do Ramalho); a 2ª num lance do lateral Adriano (falha de cobertura me pareceu do Alan Bahia) que entrou na cara do gol e o Diego nos salvou; a 3ª numa sobra de um chute de fora da área, onde o aristizábal cabeceou para fora; e a 4ª numa cabeçada do nascimento, a partir de um escanteio, que o Diego salvou. No mais, só chutes de fora da área, o que demonstra que o Mário Sérgio não errou tanto assim, afinal, time que se preze tem que ter goleiro bom, e o Diego dispensa comentários.

Tudo bem, e o Atlético o que fez? Ora, jogando com um a menos quase o jogo todo, além do gol, ainda tivemos 6 (SEIS) chances CLARAS de gol, sem contar com os chutes de fora da área do Dagoberto. A 1ª, com o Dago, que recebeu passe do Igor e, de cara com o gol, dominou mal e o goleiro deles salvou (o jogo estava ainda 0x0); as outras chances, não lembro qual veio primeiro, mas foram 2 cabeçadas do Marcão (salvas pelo goleiro deles), 2 lances do Ilan (aquela escapada que o nascimento conseguiu salvar numa dividida e aquele cruzamento do Marcão); e, finalmente, o lance do William (na trave) que, se fosse o Washington… Vejam, foram todos lances na cara do gol e dentro da área, e não chutes de longa distância. Ou seja, mesmo na retranca, o Atlético chegou no gol deles, e com mais perigo que eles.

Quanto ao Jádson, sou fã declarado do cara, mas, acho que o Mário Sérgio agiu corretamente em sacá-lo, pois tem um detalhe que pelo jeito o pessoal está esquecendo: ele tinha 2 amarelos e, se recebesse o terceiro, não jogaria a última partida. E como havíamos perdido um dos volantes, se o Jádson continuasse, certamente ele deveria se dedicar mais à marcação, e aí, o riscop de ser amarelado num Atletiba é grande. Por isso, acho que o Mário Sérgio fez bem em sacar o Jádson.

Talvez, o melhor teria sido tirar o Jádson e colocar o Fernandinho e, ao mesmo tempo, tirar o Ramalho e colocar o Valnei, mas, isso infelizmente, precisava que a bola corresse para o Mário Sérgio ver isso, e nessa tomamos um gol numa falha de marcação do Ramalho e, por pouco, ainda não foi expulso.

Porém, falar que o Atlético levou um vareio, etc, é ir longe demais. A proposta foi jogar no contra-ataque em função de termos o regulamento ao nosso lado, então o “sufoco” era natural. Mas, nem por isso, o Atlético deixou de atacar.

Sinceramente, eu queria que entrássemos com o time de sempre, com direito a Washington e tudo mais, mas não acho que a estratégia do Mário Sérgio foi errada, ele tinha que optar por uma das duas e preferiu ser mais cauteloso e acho que o resultado, em que pese ter perdido a invencibilidade (que só importa a nós torcedores), não foi tão ruim assim – BASTA UMA VITÓRIA POR UM GOL, o que não será difícil de conseguir, e isso todos nós sabemos, nosso time é melhor que o deles e o Mário Sérgio sabe disso e quer ser campeão, e será, e eu estarei na Baixada domingo só para comemorar isso.

No jogo em Londrina, não aconteceu coisa muito diferente do que esse primeiro jogo da final. Podem falar o que quiserem do Mário Sérgio, mas é só ver o VT da televisão (sem som) e tirar as conclusões, tudo que citei acima está lá. Parar de ficar indo na onda dos cronistas do rádio também ajuda.

Aliás, no 1º gol deles, acho que fizeram falta no Dagoberto quando roubaram a bola dele, mas…

Então, são essas implicações com nosso técnico que me intrigam, implicações essas que são minadas por quem precisa vender notícia para sobreviver e que, olhadas de forma até singela, dá para ver que não são de todo procedentes, até porque temos todo um trabalho que demonstra o contrário.



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