12 abr 2004 - 20h03

Rubro-negro é quem tem raça…

O Atlético é um clube diferente. Nesses oitenta anos de história, já passou por muitas situações difíceis. Ocasiões em que tudo parecia perdido e que não haveria solução. São incontáveis os exemplos, tanto de jogos quanto de momentos de dificuldades financeira e administrativa.

Mas o Atlético é diferente porque tem uma torcida diferente. Não conta com “simpatizantes” ou meros “torcedores”. Somos atleticanos. Isso basta para nos definir. E o atleticano é aquele que acredita. Acredita mesmo sem conseguir enxergar a luz no fim do túnel ou mesmo que ela esteja muito distante. Acredita porque é o Atlético. E o Atlético é diferente.

Nada mais perfeito para definir esse sentimento do que o nosso hino: “rubro-negro é quem tem raça e não teme a própria morte”. Temos raça, vontade de vencer, de não desistir nunca, até o último segundo. Não temer a própria morte significa acreditar, não ter medo de perder. Isso porque a vitória nos é natural, mas não a vitória comum, fácil. A vitória sofrida, com raça, conquistada com sangue e suor.

Por tudo isso é que os atleticanos confiam plenamente no título paranaense de 2004. O tropeço no primeiro jogo não nos abate. Pelo contrário. Soma-se como mais um capítulo de nossa história. Já saímos de situações mais complicadas. Relembre:

Os quatro gols de Ziquita
Em 1978, o Atlético chegou a estar perdendo por 4 a 0 para o Colorado até os 30 minutos do segundo tempo, o que seria um resultado definitivo para qualquer clube. Não para o Atlético. Ziquita entrou no jogo, marcou quatro gols e ainda mandou outra na trave, em uma das reações mais incríveis da história do futebol.

Pênalti perdido no último minuto
Na final do Campeonato Paranaense de 1988, contra o Pinheiros, o Atlético quase viu uma taça praticamente garantida escapar por entre as mãos. A primeira partida terminou empatada por 1 a 1. No segundo jogo, o rubro-negro teve um pênalti aos 45 minutos do segundo tempo. Era só Carlinhos marcar para garantir o título, mas ele perdeu. Porém, nem isso abalou os atleticanos. Com muita raça, o Furacão venceu o terceiro jogo por 1 a 0 e foi campeão.

Obrigado, Berg
Atlético e Coritiba decidiram o Campeonato Paranaense de 1990. O Atlético era inferior tecnicamente, mas a raça atleticana supera tudo. No primeiro jogo da final, o Coritiba vencia por 1 a 0 até os 47 minutos do segundo tempo, quando Dirceu empatou, milagrosamente. No segundo jogo, o Coxa também vencia por 2 a 1 e o título estava escapando. Foi quando surgiu Berg, o zagueiro-salvador, e mandou contra a própria meta, fazendo justiça.

Virada sensacional
Uma das vitórias mais marcantes da última década foi sobre o Coritiba, em 1997, no Pinheirão. O Coxa vencia por 2 a 0 até os 5 minutos do segundo tempo e ensaiava uma goleada. Mas nada está perdido para o Atlético. Com um futebol arrasador, o Furacão enfiou cinco e venceu o jogo por 5 a 2.

Mais uma virada contra o Coxa
Dois anos depois, na Seletiva, o Atlético voltou a golear o Coritiba em uma virada. O Coxa vencia por 1 a 0 até os 20 minutos do segundo tempo. Cocito empatou com um golaço e depois o Furacão meteu mais três, vencendo por 4 a 1 em pleno Couto Pereira. Depois disso, o time chegaria ao título da competição, garantindo sua participação na Libertadores de 2000.

O herói Gustavo
Em 2000, a dupla Atletiba novamente foi à final do Estadual. No primeiro jogo, empate por 1 a 1. Na partida decisiva, na Arena, o Coritiba fez 1 a 0. Faltando dez minutos para o fim, o herói Gustavo subiu inspirado pela torcida atleticana e cabeceou firme, empatando o jogo e revertendo a situação.

Em busca da estrela dourada
A conquista do título brasileiro de 2001 também teve momentos sofridos. No primeiro jogo da final, o São Caetano chegou a virar a partida e, durante alguns minutos do segundo tempo, chegou a estar vencendo por 2 a 1. Com a força da torcida, o Atlético empatou e fez mais dois, definindo o jogo por 4 a 2.

Já vi essa história…
Porém, nada mais parecido com a atual situação do que o ocorrido na decisão do Campeonato Paranaense de 1945. Há quase sessenta anos, a dupla Atletiba decidia o Estadual pela terceira vez na história. O primeiro jogo foi no Estádio Couto Pereira e o Coritiba venceu por 2 a 1, exatamente o mesmo placar do primeiro jogo da final de 2004. Na segunda partida, disputada na Baixada, o rubro-negro venceu por 5 a 4. O regulamento daquele ano ainda exigia um jogo extra, e o Atlético venceu novamente: 2 a 1, na prorrogação.



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