Opinião de Ricardo Campelo
Quando vejo um Atletiba no Couto Pereira, tem uma coisa que me impressiona: a raiva que toma conta dos jogadores “deles”. Ganhar um Atletiba, para eles, é tudo. Jogam como se fosse a última partida de suas vidas, chegam junto, insulflam a torcida, e até catimbam quando preciso. Provavelmente isto seja movido pelo maior destaque que o Atlético tem obtido – indiscutivelmente – nos últimos anos, mas o fato é que a vontade que os jogadores têm de vencer o clássico é muito grande.
Esta gana de vitória do adversário, aliada à vantagem obtida na primeira partida, e ao clima de instabilidade que querem imputar ao Atlético (como expressou com maestria a Colunista Patrícia Bahr em sua última opinião) são ingredientes que, teoricamente, têm tudo para colocar em risco o título para o nosso Furacão.
Teoricamente, apenas. Nenhum deles se sustenta. A gana deles pela vitória certamente não é maior do que a nossa. Eles podem expressar isto, às vezes, de forma mais intensa, mas quem tem sangue atleticano correndo nas veias deseja a vitória acima de tudo, principalmente contra o arqui-rival, e não há de ser por isso que perderíamos um título importante desta importância, tenho certeza disto.
Quanto à vantagem que eles conquistaram na primeira partida, também não acho nada de mais, sinceramente. Uma vitória simples, como a que eles conseguiram no último sábado, é tudo que precisamos para ficarmos com o título. Nada diferente do que aconteceu nos últimos três Atletibas na Baixada. E nada, também, que nossos qualificados jogadores não possam alcançar, até mesmo para agregar mais um título aos seus currículos.
Por fim, a “instabilidade”. A “crise” que muitos querem incutir ao ambiente do Atlético. Tudo isto, minha gente, não existe. Depende de nós, torcedores, jogadores e dirigentes, simplesmente não acreditar neste fantasma criado pelo lençol de inveja que há muito tempo rodeia a Baixada. Em crise tem de estar o Clube que investiu milhões e se desclassificou na primeira fase de um dos grupos mais fáceis da Taça Libertadores. Clube que até hoje não equilibrou suas dívidas milionárias e que, agora, não terá a renda extra que a classificação para as fases seguintes daquele torneio proporcionaria-lhe, e que serviria para compensar os investimentos. Os jogadores deste Clube é que devem estar preocupados com a percepção de seus rendimentos. Este é o Clube que tem de estar em crise. E não nós. Nós que temos uma estrutura equilibrada, um patrimônio grandioso, estamos em aniversário de 80 anos e precisamos apenas (com toda a relatividade que este termo pode comportar) de uma vitória para conquistarmos mais um importante título para a nossa história.
É hora de nos unirmos. De nos deixarmos contagiar com a paixão atleticana, a gana pela vitória, a vontade de tirar este troféu das mãos dos coxas e colocar na nossa prateleira. Vamos fazê-los voltar para a casa mais uma vez engolindo a vontade de dar a “meia-volta” olímpica para caçoar do estádio que eles tanto invejam. Vamos manter a escrita que perdura desde 1978, última vez em que nos bateram em uma final. Vamos mostrar que as cores vermelha e preta são as que tem mais valor nesta cidade, que a época deles já passou, que a hegemonia, hoje, é nossa.
Assim como nosso goleiro Diego escreveu para a torcida, eu escrevo agora para os jogadores, comissão técnica, dirigentes, e novamente para os torcedores. Que todos os jogadores tenham o mesmo espírito de vitória demonstrado pelo nosso arqueiro. Que todos os atleticanos tenham a consciência da importância desta vitória em suas carreiras, em suas vidas. Ser vencedor é tudo que aspiramos. Bater o arqui-rival que quer nos derrubar de qualquer forma é o tempero especial para transformar isto em uma grande festa, certamente inesquecível para todos nós.
Se estão unidos contra nós, uni-vos contra todos. Quanto maiores forem as forças que querem nos derrubar, maior e mais saborosa será nossa vitória.
Saudações rumo ao título,
Ricardo Campelo
Colunista da Furacao.com
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