18 abr 2004 - 18h07

Assim fica difícil…

Um dilúvio caiu nas proximidades da Arena da Baixada horas antes da partida, indicando que o clima estaria ruim não apenas dentro de campo. Desta vez, o técnico Mário Sérgio não surpreendeu a torcida com escalações polêmicas. Entrou logo de cara com os jogadores que se destacaram no campeonato inteiro. Colocou o artilheiro Washington e o meia Jadson para alívio dos torcedores.

O Coritiba entrou em campo campeão, mas a vontade e a confiança dos jogadore atleticanos era tão grande que a torcida acreditava no título, mesmo tendo perdido a primeira partida. O resultado de vitória era difícil, mas não impossível de ser alcançado, ainda mais jogando dentro de casa, com o apoio total da galera.

O jogo

Foi só a partida começar para a chuva aumentar. O tempo também fechou dentro de campo, quando Aristizábal e Washington se desentenderam porque dos coxas estavam atrasando a partida ao segurar a bola. Em seguida, na cobrança de falta, Washington foi derrubado dentro da área, mas Mafra não assinalou a penalidade.

A primeira grande chance do Atlético surgiu na boa jogada de Marcão pela esquerda, aos 5 minutos. No cruzamento do lateral a zaga coxa chegou antes, gerando escanteio. A cobrança foi mal feita e no contra-ataque o Coritiba criou uma boa oportunidade, mas Fernandinho salvou a pátria atleticana em cima da hora.

O rubro-negro pressionou bastante, mas o rival levava perigo nos contra-ataques. E foi num desses que Jucemar acertou um belo chute no ângulo direito de Diego. O gol abalou a equipe atleticana que, perdida em campo, deixou o coxa tocar a bola como queria e por pouco Luis Mário não marcou o segundo.

Somente aos 24 minutos o caldeirão explodiu. Depois de escanteio, Rogério Corrêa marcou após confusão. No lance, o atacante Washington acabou se machucando e foi atendido fora de campo pelos médicos atleticanos. Na comemoração, Jadson exibiu uma camiseta da torcida Os Fanáticos.

O Furacão se animou e aos 26’ Jadson cobrou falta da intermediária e virou o placar num belo chute. Na jogada, Rogério Corrêa ainda tentou desviar a bola e acabou enganando o goleiro Fernando. Festa total na Baixada! Pouco depois Mário Sérgio quis substituir Washington, mas o coração valente não quis sair de campo e o treinador obedeceu a vontade do jogador, mandando Dagoberto de volta para o banco.

Aos 33 Jucemar teve outra boa chance para marcar, numa cobrança de falta perto da área atleticana, mas para sorte rubro-negra a bola foi para fora. Todavia, aos 35 Adriano fez ótima jogada pela esquerda, invadiu a área e tocou para Tuta marcar o segundo do coxa. Momentos depois, o lateral Adriano saiu machucado. Melhor para o Atlético, já que o jogador era um dos melhores em campo.

O jogo voltou a ficar tenso, com ambas as equipes nervosas e criando poucas chances de gol. No entanto, nos acréscimos o Atlético voltou a marcar outro gol. Na cobrança de falta de Jadson, da intermediária, o valente Igor tocou de cabeça para desviar de Fernando. O resultado deu tranqüilidade ao time, que foi para o vestiário com o título na mão.

Segunda etapa

As duas equipes voltaram do mesmo jeito que saíram na primeira etapa, sem nenhuma substituição. Como no primeiro tempo, as duas equipes continuaram nervosas e o jogo continuou com marcação forte nos dois lados. A situação no Atlético só foi mudada, aos 5 minutos, com a saída de Washington, machucado, para a entrada de Dagoberto.

Aos 11 minutos o meia Jadson fez outra excelente jogada e deixou Fernandinho na cara do gol. A zaga chegou dividindo em cima do lance e salvou o coxa do quarto gol. Aliás, Jadson foi o melhor em campo, criando perigo em todos os lances de ataque do Atlético.

O Coritiba voltou a ter outra boa chance com Luiz Mário na furada de Rogério Corrêa, mas o chute sai pela linha de fundo. As duas torcidas contribuíram para engrandecer o espetáculo. Os coxas ensaiaram alguns gritos e os atleticanos responderam, logo em seguida, em maior número e com mais vibração. O meia Fernandinho foi no embalo e quase marcou o quarto numa tentativa errada de cruzamento.

Aristizábal desperdiçou uma das melhores chances da partida. O colombiano tentou enfeitar tocando de letra e perdeu o gol na frente de Diego. Aos 30’, Mário Sérgio tirou Jadson e colocou André Luiz em seu lugar. O treinador foi “ovacionado” pela torcida com gritos de “burro”. Na seqüência, o Coritiba teve um escanteio a seu favor e Tuta anotou seu segundo gol.

O time não estava atuando bem, errando bastante nos passes. Com a saída de Jadson, a referência da equipe no meio, a situação ficou ainda pior. Na base do desespero, o Atlético foi para cima do adversário, mas sem nenhuma organização tática. O Coritiba se aproveitou da situação e dava chutões para todos os lados quando era necessário.

Próximo do final da partida, o treinador Antônio Lopes proporcionou uma das cenas mais bizarras do futebol. Ele teria sido, supostamente, atingido por um copo de plástico e se jogou dentro de campo para chamar a atenção do árbitro. Dessa forma, o jogo passou dos cinqüenta minutos. O rubro-negro ainda teve mais uma chance numa falta perto da área. Dagoberto cobrou mal e o Coritiba sagrou-se campeão paranaense de 2004.

Final – 2° jogo – Paranaense – (18/04/04) – Atlético 3 x 3 Coritiba
L: Arena da Baixada; A: Marcos Tadeu da Silva Mafra (PR); CA: Alessandro Lopes, Luiz Mário, Aristizábal, Alan Bahia, Marcio Egídio, Washington, Ataliba, Ricardinho, Fernandinho, Pepo, Miranda; P: 22.422; R: R$ 270.650,00; G: Jucemar, aos 18, Rogério Corrêa, aos 24, Jadson, aos 26, Tuta, aos 35, Igor, aos 46 do 1°; Tuta, aos 33 do 2°.

ATLÉTICO: Diego; Fernandinho, Alessandro Lopes, Rogério Corrêa, Igor e Marcão; Alan Bahia, Ramalho e Jadson (André Luiz); Ilan e Washington (Dagoberto). T: Mário Sérgio.

CORITIBA: Fernando; Jucemar, Miranda, Nascimento e Adriano (Ricardinho); Ataliba, Marcio Egídio (Pepo) e Capixaba (Rodrigo Batata); Luiz Mário, Tuta e Aristizábal. T: Antonio Lopes.



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