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19 abr 2004 - 10h38

Cadeiras quebradas

Quebrar cadeiras e destruir uma parte do estádio que amamos é um ato de vandalismo. Não tem justificativa. Mas pode ter causas bem definidas. As cenas lamentáveis ocorridas no final do jogo de domingo não devem ser vistas apenas com os olhos da censura. Elas têm que servir de alerta. As pessoas que ocupam a curva barulhenta da Baixada vêm sendo sistematicamente humilhadas pela diretoria do Atlético. A sua condição social foi confundida com banditismo. A sua alegria, com vícios condenáveis. Para afastá-las do estádio, os cartolas encheram o local de cadeiras e anunciaram ingressos a um preço inacessível para a plebe, que está sendo convidada a não mais assistir aos jogos do seu time. Nunca se viu nada parecido no futebol: diretores empenhados em substituir uma das torcidas mais apaixonadas do País por consumidores frios e comportados. São eles, os dirigentes, os culpados pelo quebra-quebra. Foram incapazes de perceber que a multidão que grita no estádio – e que é a verdadeira razão de ser do Atlético – não quer o conforto de primeiro mundo que lhe foi imposto. Os hábitos descontraídos e o fino humor da ralé brasileira a fazem mesmo diferente dos europeus “civilizados”. Diferente e mais humana, para desespero dos megalômanos que pensam em transformar o Atlético numa mercadoria. Um nojo.

A dupla MCP-Fleury tem uma enorme capacidade de inovar. Inovar e perder, como acontece desde que o clube conquistou o seu maior título (lá se vão quase três anos). Ou desde que se instalou a ditadura do “Fica, Petraglia” – uma campanha ridícula orquestrada por seu próprio beneficiário. Mário Sérgio está indo embora, com a tranqüilidade do dever cumprido. Um desastre a mais num ano que deveria ser de festa. Continuamos a quebrar os tabus negativos. Agora, perdemos um título em casa para os nossos maiores rivais – algo inédito em oitenta anos de história.

Quem é que vai pagar por isso? É provável que MCP-Fleury venham a público, nos próximos dias, anunciar represálias à torcida, culpando-a pelo estrago das preciosas cadeiras e pelo vice-campeonato vergonhoso. Utilizarão pretextos para levar adiante o seu plano elitista. Mas a esperança existe. Embora eles tenham tempo para nos brindar com outros vexames, a paixão coletiva falará mais alto. Vamos expulsá-los das nossas vidas.

Por enquanto, resta-me descansar o corpo, pensando com tristeza nos últimos acontecimentos, na saída do Jadson e nas lágrimas que encharcaram os rostos de tanta gente. Antes, acho que vou vomitar. É minha homenagem sincera ao grande Fleury e a seu mestre MCP. Fora!



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