O fim da Era Mário Sérgio
De salvador a carrasco. É assim que se pode resumir a “Era Mário Sérgio” no comando do Atlético. Mário Sérgio Pontes de Paiva chegou ao clube em 04 de agosto de 2003, no início do segundo turno do Campeonato Brasileiro. Apesar de não trazer na bagagem nenhum título como treinador, tinha no currículo uma boa passagem no próprio Atlético em 2001, quando estruturou o time campeão brasileiro.
Apoiado por grande parte da torcida (52% dos participantes da enquete da Furacao.com votaram nele para substituto de Vadão), Mário veio com o objetivo de livrar o clube do fantasma do rebaixamento. O Atlético fazia uma campanha fraca no Brasileirão e figurava na ponta de baixo na tabela. 259 dias depois de desembarcar no CT do Caju, deixou o Atlético sendo apontado pelos torcedores como o maior responsável pela perda do título Paranaense. Uma despedida com sabor amargo.
Em oito meses no comando do Atlético, Mário Sérgio dirigiu a equipe em 39 jogos, com 21 vitórias, 9 empates e 9 derrotas, num aproveitamento de 53,84%. O time marcou 78 gols e sofreu 52, com saldo de 26.
Na sua segunda passagem pelo Furacão, Mário decidiu valorizar a disciplina e o profissionalismo. Não permitiu que nenhum jogador chegasse atrasado das férias e só escalava no time quem treinava durante toda a semana. Pelo estilo rigoroso, precisou driblar vários problemas extra-campo, com jogadores, torcedores e, principalmente, com a imprensa. O casamento que parecia ir bem até o início do ano começou a se abalar no dia 21 de janeiro, na estréia do time na temporada 2004, quando parte da torcida vaiou a entrada do meia Fabrício e Mário Sérgio ficou extremamente revoltado. A segunda crise aconteceu com o ídolo do time Adriano, que se desentendeu com o treinador. Apesar das turbulências, Mário contava com o aval da diretoria e sentia-se seguro no cargo.
Mas, com tamanhos desentendimentos, não demorou para que o treinador começasse a ser questionado pela torcida – apesar da boa campanha no Campeonato Paranaense. As críticas passaram a ser mais freqüentes após a quarta rodada, quando o Atlético deixou escapar a vitória no clássico Atletiba nos minutos finais.
Na última semana, a crise de fato explodiu. Mário denunciou um esquema por parte da imprensa tentando derrubá-lo. O torcedor, por sua vez, não poupou críticas ao treinador, acusado de utilizar um esquema “covarde e defensivo” na primeira partida da decisão do Estadual. O empate com o Coritiba na Arena e a perda do título do Paranaense 2004 foi apenas o desfecho de uma história que já dava mostras que estava se encerrando. Foi o triste fim de uma morte já anunciada.
TRAJETÓRIA
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Reportagem: Patricia Bahr, do Conteúdo da Furacao.com