Ressurgindo das cinzas
Parece que o período de turbulências iniciado após o título brasileiro de 2001 e culminado com os últimos acontecimentos envolvendo torcedores e diretoria está chegando ao fim. Não falo isso pelo Atlético ter humilhado o Corinthians no Pacaembu; a vitória foi decorrente de uma normalidade em um jogo no qual um time possuía objetivo e estratégia definidos, contra outro, marcado pela desunião e desestruturação administrativa.
Percebo no Atlético um time com verdadeiros potenciais, pois Levir é competente o bastante para fazer com que o jogador alcance o máximo da sua técnica. Mario Sérgio era o oposto, retirava Jadson de campo para tentar provar que o seu conhecimento tático era o suficiente para ganhar de qualquer adversário. Não conseguiu ganhar nem do Coritiba, o qual começa a demonstrar sua verdadeira qualidade nesse campeonato.
O ditado diz que “na crise, se cresce”. Creio que nós, atleticanos, amadurecemos muito nesses últimos tempos, suportando resultados inglórios e injustiças contra a nossa paixão. Por outro lado, isso uniu mais a torcida, passamos a valorizar melhor o nosso espaço, nossas cores, nossa bandeira. Entrar na baixada depois de todo esse desgastante episódio resgatou a cidadania atleticana, o sentimento de pertencer e ter algo dentro de si, que é esse sentimento passional que temos pelo Furacão.
Felizmente, aos poucos a diretoria e a torcida começam a entrar em entendimento. No próximo jogo contra o Cruzeiro voltaremos a sentir aquele frio na barriga quando entramos pelos corredores da Arena e nos deparamos com nossa torcida fervendo o caldeirão, com sua bateria e suas faixas. Comecei a sentir isso ainda criança, no colo do meu pai, na velha Baixada e quero poder continuar esta saga.
A nova setorização da Arena, ao meu ver, é bastante democrática, pois a maioria das cadeiras continuará a custar R$ 15. Existirão lugares para todos os gostos e bolsos, assim como nos teatros.
A diretoria recuou e devemos enaltece-la por isso. Críticas devem ser feitas sim, mas também devemos reconhecer os méritos. Se o erro existiu, isso ficou no passado: agora o que importa é o Atlético.