28 jul 2004 - 23h19

Análise do jogo Atlético 4 x 0 Ponte Preta

O colunista Ricardo Campela analisa a goleada do Atlético sobre a Ponte Preta por 4 a 0 na noite desta quarta-feira. Com a vitória, o Rubro-negro subiu para a sexta colocação do Brasileirão. Confira o texto de Ricardo:

Análise de Atlético 4 x 0 Ponte Preta
por Ricardo Campelo

A partida começou com cara de 0 x 0. Mal estruturado em campo, e diante de um adversário bem fechado, o Atlético mostrou, no primeiro tempo, dificuldade para criar oportunidades de gol, e facilidade para desperdiçar as poucas chances arranjadas. Dagoberto apresentou-se muito voluntarioso, como sempre, mas abusou um pouco da individualidade. Ilan, então, era individualidade pura. O outro atacante, o artilheiro Washington, também não parecia estar no seu melhor dia, perdendo boas oportunidades de gol. Tudo isto agravado pela ausência de Jadson, que deixou um vazio no meio-campo, já que Fernandinho não apresenta as mesmas características de armação de jogadas que aquele.

O destaque do primeiro tempo foi o sistema defensivo. Quando anunciada a escalação de Marcão improvisado como zagueiro, a pulga subiu à orelha do torcedor. Mas o trio, completado por Rogério Correa e Marinho, soube se virar para frear os poucos avanços do time campineiro (espero que, de uma vez por todas, tenha ficado claro que Ígor não é jogador para o Atlético). O ataque adversário ainda esbarrou em duas importantes intervenções do Diego, que consagraram o placar de 0 x 0 da etapa inicial.

No segundo tempo, o panorama do jogo foi outro. No começo, para pior. Dagoberto continuava se esforçando, mas parecia abalado com alguma coisa e acabou recebendo cartão vermelho. O Atlético não criava nada além de tentativas de cavar pênaltis. Menos mal que, do outro lado, a Ponte Preta também não oferecia grandes perigos à meta rubro-negra.

A reviravolta no jogo aconteceu quando o ala-direita Pingo saiu de campo contundido e deu lugar para Jadson. O meia, de características únicas, mostrou a importância que tem na armação de jogadas do time. Sua precisão nos passes e lançamentos era o que faltava ao Furacão (nem mesmo os escanteios estavam sendo bem cobrados por Dagoberto). Não poderia ser diferente: dos pés de Jadson saiu o cruzamento para Fernandinho aproveitar o vacilo da zaga campineira e abrir o placar.

Placar aberto e Jadson em campo: era o que o Atlético precisava para impor seu jogo e dar continuidade à sua rotina de goleadas. Enganou-se quem pensou que a saída de Dagoberto prejudicaria o desempenho do time. Pois em um lance “típico de Dagoberto”, Jadson encarou a marcação, livrou-se com facilidade e bateu com precisão para aumentar o placar.

Sobrou espaço até para o fraco lateral Ivan brilhar. De um rápido contra-ataque, saiu o cruzamento para Washington se redimir de sua má noite até então e escorar de cabeça para o fundo das redes. No contra-ataque seguinte, Rogério Correa recebeu brilhante enfiada de Jadson, e mesmo se atrapalhando diante do goleiro, assistiu o lateral Ivan dividir com o zagueiro e mandar a bola para as redes, encerrando a terceira goleada seguida na Baixada.

Acredito que Jadson já provou seu lugar em campo. Os dois jogos de banco contra Goiás e Internacional, depois da “tirada de pé” contra o Palmeiras, serviram-lhe como boa lição, e suas excelentes atuações são a prova de que, neste time, há um lugar reservado para ele.

Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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