19 ago 2004 - 0h22

"Cheira a armação", diz Levir Culpi

Depois de o Atlético empatar com o Figueirense, o técnico Levir Culpi iniciou a coletiva concedida à imprensa esbravejando contra o trio de arbitragem, liderado pelo gaúcho Carlos Eugênio Simon. Culpi classificou como "armação" a atitude do árbitro assistente José Chaves Franco Filho, que anotou um pênalti aos 20 minutos do primeiro tempo, convertido pelo atacante Izaías.

Culpi também comentou sobre os cartões amarelos dos jogadores, as alterações que fez no segundo tempo e as modificações táticas que foi obrigado a fazer para buscar o empate diante do Figueira. Além disso, o técnico atleticano aproveitou para chamar a torcida para o jogo de domingo, contra o Paysandu, o qual ele considera "um jogo muito importante dentro de casa onde o time vai buscar confirmar mais uma vitória".

Confira os principais trechos da coletiva:

BRONCA
"O engraçado foi que o Atlético fez um gol e o bandeirinha fez o outro pro Figueirense. Eu me admirei foi com o Carlos Eugênio Simon, que estava de frente pra área, viu que a bola não bateu na mão do jogador e foi atender ao bandeirinha, que estava fora do campo! Então tem alguma coisa mal explicada. No mínimo é muito estranho o que está acontecendo contra o Atlético. Cheira a armação. É uma reclamação desde o início do campeonato. Nós nunca numa bola dividida tivemos um gol dado pro Atlético, num impedimento ou num pênalti e são 24 jogos. Então alguma coisa está errada. Não é choradeira, vocês viram o que aconteceu no jogo. Era pra ser 1 a 0 pro Atlético. Nós perdemos dois pontos, uma vitória e umas duas ou três posições na tabela. Só isso, com mais um erro de arbitragem".

CARTÕES AMARELOS
"Com relação aos cartões, eu não tenho muito questionamento a fazer porque pareceram cartões corretos, fizemos algumas faltas, foram dois ou três cartões para cada lado, foi normal. Foi um jogo muito corrido, um campo muito liso, as condições do gramado foram muito ruins. É uma pena porque o Figueirense tão organizado como está, deveria ter um gramado melhor. Mas o que acontece é que o jogo fica esticado, bola espirrada, bola na área, bola parada e todo mundo correndo feito louco. Os dois times correram muito e eu acho que não tem o que reclamar quanto ao critério dos cartões. Mas eu não posso deixar de passar em branco uma situação como essa".

ALTERAÇÕES
"Eu tinha uma preocupação à parte com o Bruno porque ele estava com dois cartões amarelos, tomou o terceiro da seqüência e, se ele tomasse o vermelho hoje, ele ia ficar dois jogos de fora, com essa mudança agora na lei. Então havia uma preocupação. Eu não quis tirá-lo e corri o risco. Deu pra administrar bem, mas infelizmente perdemos jogadores para a partida de domingo contra o Paysandu, um jogo importante dentro de casa. Mas os jogadores entraram bem, correram o que deu, já que o jogo não fluía muito, a verdade é essa. O que se via era uma luta de jogadores. Foi mais um resultado de pegada, de vontade de reverter uma situação do que propriamente um jogo bonito. O que houve foi um bom desempenho de todos, estão de parabéns. Mas estamos decepcionados com o resultado, que deveria ter sido a vitória pro Atlético por 1 a 0".


Para Levir, Atlético merecia a vitória

MODIFICAÇÕES TÁTICAS
"Nós temos algumas situações, os jogadores têm uma flexibilidade muito boa com relação a modificação tática. Temos o Fernandinho, que joga pela ala, por dentro e na frente. Temos o Pingo, que joga no meio e na ala; o Raulen, que tem uma facilidade para jogar nas laterais e o Marcão que jogava na lateral e agora está na defesa. Eu não quis mexer muito no meio, porque o nosso meio está muito firme. Eu sabia que o Figueirense ia buscar o jogo, o Everton perdeu duas cabeçadas no primeiro tempo. Era uma situação sempre perigosa, a bola aérea é a mais difícil do jogo. Então nós conseguimos, entramos no jogo com um time alto pra tentar bloquear essas jogadas. Só não deu pra bloquear a jogada do bandeirinha".

POSTURA E CONFIANÇA
"Eu não sei se essa foi a primeira vez que a gente saiu atrás do marcador e conseguimos empatar, mas isso prova a maturidade dos jogadores. Porque o jogo estava muito ruim, não estava fluindo bem, tinha muita pegada dos dois times, sem nada muito brilhante. Acho que o time está firme e os jogadores estão confiantes. Falando em confiança, a equipe vai ter que ter muita confiança no jogo de domingo contra o Paysandu. Esse é o tipo de jogo que a torcida tem que estar ao nosso lado. Esses jogos são muito difíceis e a gente precisa confirmar mais uma vitória. Agora é ver com que a gente vai poder contar, com as contusões e os cartões, montar um time e fazer um grande jogo no domingo".



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