20 set 2004 - 10h10

Análise do jogo Cruzeiro 2 x 4 Atlético

O colunista Rogério Andrade faz uma análise da partida Cruzeiro 2 x 4 Atlético. Confira o texto:

Com raça, classe e emoção
por Rogério Andrade

O Atlético deu um show no Mineirão. Mostrou definitivamente que merece o respeito nacional. Desta vez, contra o Cruzeiro não foi diferente, e a vitória veio naturalmente, como deveria ser.

O início do jogo não foi dos melhores, muitos sustos e algum receio em sentir que poderia estar terminando o nosso período de invencibilidade. Após a pressão do Cruzeiro, seguida de falhas de marcação da defesa atleticana, o gol mineiro foi questão de tempo. Devo destacar que Rogério Corrêa retomou o ponto de referência da zaga do Atlético, e em Belo Horizonte fez uma falta enorme. Graças a Diego, o segundo gol não veio dos pés de Sandro, que bateu forte, e o nosso goleiro foi buscar uma bola que parecia estar entrando.

Diego não deixou dúvidas, está no melhor da sua fase, fechando o gol com defesas seguras e importantes. Evitava o que seria pior enquanto o restante da equipe buscava a sintonia no gramado. E estava complicado, pois os erros de passes e a falta de vontade tornava as coisas mais difíceis.

Mas foi com dois gols perdidos por Washington que comecei a sentir que algo estava para mudar, mesmo a bola não entrando, o Atlético estava mais organizado e procurava mais o caminho do gol. O que faltava então? A raposa, sentindo a diferença superior rubro-negra, deixou que dos pés de Sorin surgisse o grande massacre paranaense. Não contente com o cartão amarelo, Sorín apelou e segurou o “matador” dentro da área: chuveiro e cabeça inchada ao melhor jogador do time azul no primeiro tempo, e sem a referência do camisa 6 sabíamos que ficaria ainda mais difícil para o time de Minas. Com classe, Washington colocou a bola na costura, abrindo caminho ao show de gols do Furacão.

A volta para o segundo tempo foi simplesmente arrasadora. O Furacão que vem assombrando o Brasil, em apenas sete minutos de jogo, não só virou o marcador como aplicava uma sonora goleada sobre o Cruzeiro em pleno Mineirão. Ivan, um gigante atleticano, que parece definitivamente ter buscado forças em algum lugar para desenvolver um futebol solto e envolvente, pegou na veia e virou o placar. Um golaço! Em seguida, Jadson que voltou muito melhor para o segundo tempo também levantou a torcida rubro-negra em todos os cantos do país.

A partir daí o que se viu foi um time mais organizado em campo, trocando passes com precisão e, sabendo e conhecendo a superioridade atleticana, Levir executou algumas alterações, mantendo o mesmo rítmo e explorando o campo através de Dagoberto, que não esteve no melhor de seus dias, mas depois de entortar a zaga mineira, sofreu pênalti. O coração valente Washington, em um chute com vontade, no meio do gol, estilhaçou o Mineirão e amordaçou a raposa, fazendo explodir a nação mais apaixonada do país.

Três pontos fora de casa. Não poderia ser melhor a esta altura do campeonato, nos fazendo crer cada vez mais que estamos novamente no caminho certo para sermos bicampeões. Entre os dois lideres da competição, o Santos possui uma característica de velocidade e poder ofensivo forte, mas ainda com algumas deficiências no setor defensivo. O Atlético, além da força ofensiva, possui uma marcação mais forte e tornou-se um grupo mais compacto na defesa, tornando o conjunto o ponto fundamental em jogos dentro e fora de casa. A diferença pode estar aí.

Agora sim, daqui pra frente a Arena vai ficar pequena. Este Atlético está mesmo impossivel!

Rogério Andrade é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

O conteúdo da opinião acima é de responsabilidade exclusiva de seu autor e não expressa necessariamente a opinião dos integrantes do site Furacao.com.

Entre em contato com a colunista.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…