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9 out 2004 - 20h27

A história se repete

A história se constrói no dia-a-dia (será mesmo, ou ela se repete?). Primeiramente ouviu-se o termo “pombal”, depois, alguém falou “Almofadinhas do Pombal”, e agora se ouve “Marquês do Pombal”.

Definitivamente, esse parece ser o termo ideal. Para não agir de forma injusta, dever-se-ía conhecer melhor o Marquês de Pombal. Fui conhecê-lo e fiquei muito surpreso com o que encontrei. Valeu a pena conhecê-lo. Em rápidas palavras, era um homem detestado por muitos e admirado pelos outros(Já vi alguém assim, muito parecido).

Formou-se em direito, em Coimbra. Começou a trabalhar no Estado apenas aos 40 anos. O terremoto, (o famoso 5 x 1 no Pinheirão) que houve em Portugal em 1755, foi a sua grande oportunidade para exercer o seu despotismo esclarecido e progressista. Habilmente reconstruiu a cidade, (a Baixada, com os pedacinhos dos tijolos retirados dos destroços), levou os lisboetas a morar em tendas (arquibancadas de aluguel, de madeira, lembram?), alcançou muito sucesso nessa empreitada (1995, com a subida para a primeira divisão).

Aproveitou-se disso para implantar a sua vontade única sobre o país (reformou o Conselho Deliberativo, fê-lo uma peça decorativa). Dominou a nobreza, sufocou os movimentos populares insurgentes (grandes amigos que contribuíram com ele no maravilhoso projeto da época), brigou com o clero, expulsou os jesuítas (aproveitadores que rondavam a Baixada), proibiu a linguagem nativa (batucada dos Fanáticos na Arena), extinguiu o Tribunal de Santo Ofício (a inquisição), enfim, foi um homem muito poderoso.

Só com a morte do rei que o protegia, foi que conseguiram afastá-lo. A sucessora do rei, Dna. Maria não o perdoa, pois imagina que o Marquês de Pombal enviou o seu pai para o inferno. Rapidamente é isso que resumi do Sr. Pombal, mas há muito mais para conhecer. É uma viagem interessante. Só espero que o Atlético não pague muito caro pelas insanidades do Sr. Marquês do Pombal.

Mas, para não ser injusto, como há um espaço aqui, colocado à disposição daqueles que amam o Clube Atlético Paranaense, não se deve deixar de falar das qualidades desse extraordinário homem empreendedor.

Pode-se dizer que há duas etapas bem distintas, uma antes e outra depois do Sr. Petraglia. Ele sempre acreditou naquilo que fazia. No início foi muito enganado, foi obrigado a suportar péssimos jogadores que lhe foram vendidos como craques, pagou salários extratosféricos a quem não merecia e deixou de pagar bem a quem merecia. Errou muito, mas somente não erra aquele que não faz nada. Antes dele, o atleticano era um ser sem auto-estima. Amava o Atlético, mas não acreditava no sucesso. Foram décadas vendo os atleticanos ser humilhados, pisoteados, enganados por dirigentes oportunistas, ser roubados por árbitros desonestos.

Os atleticanos sustentavam a estrutura do rival com aluguel de campo, venda de cerveja, pipoca, amendoim, e outras fontes. Foram mantenedores da carreira política do Sr. Moura e do famigerado pesadelo lunático do Pinheirão.

Era necessário e fundamental, o surgimento de um líder, alguém como Moisés conduzindo o povo judeu pelo deserto em busca da terra prometida. Foram anos difíceis, teve que percorrer caminhos muito difíceis, oficiais de justiça rondavam a Baixada para catar as “migalhas” que sobravam. Mas, esse homem acreditou no seu sonho, sabia onde queria chegar. Tratavam-no como louco, chamavam-no de visionário quando expunha os seus sonhos de levar o Furacão a disputar o título de campeão brasileiro. Conseguiu o título em 2001 e há uma grande possibilidade de repetir o feito em 2004.

Enfim, seu cartel é extraordinário, merece todo o nosso respeito. No entanto, agora, na hora de firmar-se como o grande lider atleticano, o que faz? Entra ingenuamente em uma pendenga que não lhe trará benefícios nenhum, e tampouco ao Clube Atletico Paranaense.

Com todo o respeito ao Sr. Petraglia e à nossa querida Torcida Organizada Os Fanáticos, essa intriga em nada ajudará a instituição. Essa briga, inconscientemente, leva-me a meditar sobre a disputa daquelas duas mulheres pela mesma criança, quando o sábio Salomão intervém e ameaça dividir a criança ao meio para repartir os pedaços às duas mulheres. A verdadeira mãe abdica da luta e resolve entregar a criança à impostora, objetivando salvar a vida daquela criança, que era o alvo da disputa. Agora, transportando aquele episódio para aqui, resta saber quais dos dois lados cederá para salvar o crescimento saudável do CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE, porque entendo, que ambos os lados amam muito o FURACÃO, que está bem no “olho dessa estúpida disputa”.



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