18 out 2004 - 16h33

Opinião de Sérgio Tavares Filho

O editor e colunista do site Furacao.com, Sérgio Tavares Filho, escreve sobre alguns sons esquisitos que tem ouvido ultimamente. Confira o texto:

Back Ground
por Sérgio Tavares Filho

Lagartense e CSA jogam com o estádio vazio. Apenas duzentas pessoas comparecem ao estádio, mas na hora dos gols da rodada o som ambiente é de um bom público. A vibração do torcedor é falsa e o recurso sonoro utilizado pelas televisões para dar vida ao vt, é chamado de background, ou apenas BG. Se o internauta nunca prestou atenção, passe a se interessar pelo assunto. Repare que em todos os vídeo-tapes exibidos há um “som de fundo”, algo que enriquece a produção.

Nas rádios o Estádio Joaquim Américo é um dos melhores para se fazer a gravação do BG. Ele vai ser usado nos jogos em que as emissoras fazem o “off-tube”, ou apenas tubo: narrador, comentarista e repórter ficam acompanhando o jogo pela televisão e transmitem como se estivessem na cabine do campo. Com a pobreza técnica e profissional que o nosso rádio passa, não é difícil escutarmos uma partida do Coritiba com um “Dá-lhe, dá-lhe, Atlético”, em BG. Não tenho nada contra quem começa humildemente puxando cabos, mas sou totalmente a favor da profissionalização do setor. Bons exemplos são Robson De Lazzari e Cristian Toledo, que ficaram quatro anos na faculdade aprendendo para depois dar a cara para bater. O eterno plantão da Clube, Carlos Kleina, também merece aplausos. Nenhum deles mistura a paixão de seus times com a profissão.

Volto ao som ambiente. Ao BG que os meus ouvidos têm captado nestes últimos dias. Uns eu tenho o privilégio de poder trocar, como uma música de Felipe Dylon ou os comentários do Programa Terceiro Tempo. Outras, como os xingamentos de torcedores – são poucos – para cima de Petraglia e Fleury, as manjadas declarações do técnico Levir Culpi jogando a culpa das más atuações para cima das arbitragens, ou a cara-de-pau de Vanderlei Luxemburgo pedindo a interdição da Baixada, sou obrigado a escutar.

(O que ainda não consigo entender é a atitude de torcedores que criticam os Presidentes na internet e que aparecem juntos num jantar. Não é questão de ser político ou teimoso: é falta de bom senso. Quanto ao Levir, agora é a vez dos seus princípios psicológicos trabalharem bem mais do que as táticas que não funcionaram nas duas últimas partidas. Já o técnico santista que cuide dos seus negócios, que rendem tão bem quanto o seu salário no futebol).

Faltam dez rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro e não quero um BG que peça a cabeça desse ou daquele profissional do Atlético. O som que os meus ouvidos irão captar daqui para frente serão de alegrias, de um grito que está guardado desde 2002: bi-cam-pe-ão.

Otimista? Sou sim. Aprendi com meus avós que quando a água bate na bunda temos que aprender a nadar. Tá certo que nadar é coisa de Peixe, mas devemos lembrar que os grandes Furacões se formam no mar.

Lembrete

Já são dezoito partidas invictas. São quase três meses sem derrotas. Só falta o Coritiba vencer e o Atlético tropeçar para que a “excelente” campanha alviverde seja tema da empolgação de alguns poucos.

Sérgio Tavares Filho é editor e colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

O conteúdo da opinião acima é de responsabilidade exclusiva de seu autor e não expressa necessariamente a opinião dos integrantes do site Furacao.com.

Entre em contato com o colunista.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…