Agora é com eles
Quase no fim do primeiro tempo no clássico contra o Paraná Clube, o atacante Dagoberto tentou driblar um marcador mas ficou caído no gramado, sentindo dor no joelho esquerdo, que havia recebido uma pancada minutos antes. O diagnóstico: ruptura do ligamento cruzado e cinco meses fora dos gramados. A notícia abalou o mundo atleticano e alguns torcedores jogaram a toalha mesmo com o Furacão na liderança do Campeonato Brasileiro.
Mas o espírito derrotista de poucos não chegou ao Centro de Treinamentos do Atlético, no bairro Umbará. O ambiente entre os jogadores continua bom e só não é melhor por causa das insinuações e declarações de menosprezo vindas de São Paulo, mais especialmente do Programa Terceiro Tempo, da Rede Record.
Polêmicas de lado, o time atleticano continua com a idéia fixa de conquistar o bicampeonato. Um dos mais empolgados é Denis Marques, que será o novo companheiro de Washington no ataque. "Tudo o que eu mais quero é ajudar o Atlético. Eu sei das dificuldades mas estou tranqüilo para substituir o Dagoberto", afirmou Denis, que não gosta muito de ser comparado ao ex-atleticano Oséas. "Ele já fez história aqui dentro do clube. Agora é minha vez", finalizou.
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Dificuldades
No último sábado, o técnico Levir Culpi concedeu uma entrevista ao ex-jogador e comentarista Falcão, na Rádio Gaúcha AM, do Rio Grande do Sul. Levir fez questão de ressaltar a qualidade do elenco, a união dos jogadores e foi cauteloso em falar do bicampeonato. "No Atlético os jogadores se sentem bem protegidos porque a estrutura do clube permite essa tranqüilidade. Começando com o goleiro Diego, que tem uma liderança positiva. Na zaga o Marinho é um jogador muito experiente, o Marcão, o Fabiano e o Washington, que são jogadores entre 27 e 29 anos, mesclando com a juventude de outros", analisou o técnico.
Para Levir, o fato de os jogadores mais jovens estarem juntos desde as categorias de base também é um dos principais fatores positivos da equipe. "Nós temos seis jogadores que são praticamente titulares que são muito jovens, praticamente nasceram juntos, se criaram juntos. Fernandinho, Ivan, Alan Bahia, Dagoberto, Jadson e o Bruno Lança são jogadores que vêm desde as categorias de base e, com essa mescla, o time ganha a consistência", afirmou Levir, para quem a mistura é uma fórmula que está dando certo neste campeonato.
Justificando os treinamentos secretos que vem utilizando, o técnico afirmou que é preciso conversar e passar instruções apenas para os jogadores. "Eu costumo treinar a variação tática, nós treinamos no 4-4-2, no 3-5-2, o 4-5-1, como foi contra o Flamengo. Essas possibilidades dificultam o adversário", disse Levir, que voltou a citar os ensinamentos do chinês Sun Tzu. "Eu estava brincando com o livro ‘A Arte da Guerra’, um ensinamento milenar. O livro diz que você não deve mostrar suas armas para o adversário, mas que deve conhecer as armas dele", acrescentou.
A disputa acirrada entre Atlético e Santos também foi citada. "Parece-me que o Atlético é mais difícil de perder do que o Santos. E o Santos parece que é um pouco mais fácil de ganhar do que o Atlético. Eles têm 9 gols na frente, só que a defesa está bem mais vulnerável", comparou.
[Reportagem: Equipe Furacao.com e Julia Abdul-Hak]