25 out 2004 - 15h53

Opinião de Juliano Ribas

Juliano Ribas, colunista da Furacao.com, escreve sobre o futuro do Atlético no Campeonato Brasileiro.

Ser ou Não Ser
por Juliano Ribas

Estamos líderes. Estamos, apenas. Estar líder neste momento significa que na tábua de classificação, estamos em primeiro. Diferente de ser líder, que é ter postura, atitude e força de líder. Estar líder significa que a posição é momentânea e depende de outros fatores, como derrotas e vitórias de outros. Ser líder, é ser aquele que puxa a fila, que vai, enquanto os outros seguem. Ser ou não ser, eis a questão. A dúvida de Hamlet, personagem de William Shakespeare, caracteriza o Atlético deste momento. Ser campeão, ou não ser campeão? Ser ofensivo, ou não? Ser solidário, ou não? Ser líder ou não? Nos últimos três jogos, principalmente nos últimos dois, o Furacão escolheu a segunda opção. Jogou acanhado, sem mostrar ser o time que foi durante boa parte do campeonato.

Ok, sofremos alguns golpes, como a injusta punição do STJD de dois jogos e a perda do craque do campeonato, Dago. Mas nada disso explica a letargia do time no Parque Antártica. Nada disso explica a queda de produção de Jadson e o mau futebol de Washington. Este último, ao meu ver, com a maior apatia e acomodação de todos. Insensado pela torcida e artilheiro do campeonato, reclamou o jogo inteiro, desistiu de lances, não mostrou o que realmente é, um jogador forte e vibrante. O que vimos foi um sujeito esperando a bola no pé, reclamando dos companheiros, bloqueado pelos adversários.

Washington: todos o admiramos mas não é por isso que vamos passar a mão em sua cabeça. Jadson é outro que não é o que pode ser. Na verdade, Jadson transformou-se no homem-invisível. Não mostra os superpoderes que tem e esconde-se no fundo de sua timidez. Quem o viu fazendo arte em jogos como os contra Atlético-MG e Corinthians e outros, não entende o porquê do sumiço. Está na hora do futebol não só dele, como de todos aparecer. O Atlético é mais do que isso. Está na hora também de Levir perceber isso e, por simples observação dos fatos, notar que quando o Atlético buscou a vitória, venceu. Quando recuou para jogar no erro do adversário, perdeu pontos.

No geral, vemos que o título ainda é uma realidade possível. Assimilar a derrota é fundamental, mesmo que haja poucos dias para isso, antes da próxima partida. O elenco é bom, mas parece que anda afobado. Todos nós sabemos qual é o Atlético que chegou a líder do campeonato, que é cantado em prosa e verso pela mídia séria em todo o Brasil. E não é esse das últimas rodadas. Ninguém esquece de jogar futebol. Mas, se quiserem um incentivo, lembrem-se da frase do goleiro Sérgio, do medíocre time porco: "o Atlético perdeu o gás".

Não existe injeção de ânimo melhor do que a desconfiança. Se o Atlético não tinha que provar nada para ninguém, agora tem. Faltando nove rodadas para o término do campeonato, há pouco o que fazer para tentar aprumar o barco. Não há mais tempo hábil para inovações. Tem que se mexer com os brios desses jogadores. Deve-se mostrar que andam desconfiando do potencial deles e que eles não podem deixar barato Só elogios e palavras de incentivo não bastam. Eles tem que bater no peito e gritar que são os melhores. Cuspir no chão, ter sangue nos olhos, cabelo no peito. Porque tem um monte de oportunistas já dizendo que o Atlético acabou. Contra o Goiás, nossos jogadores têm que ser guerreiros e acabar com essa conversinha, com um futebol solidário, forte e focado.

Brios, galera! E por falar nisso, cadê a Suzy Fleury?

Parque Antártica

Nada pior do que uma incursão ao futebol à moda antiga. No ingresso, estava escrito qual a "cadeira", setor e número do assento. Dentro, arquibancadas de concretos imundas com parcos riscos de tinta no chão. Choveu e tudo virou um banhado, ficamos com água pelos tornozelos na entrada. Não havia lanchonete e a divisão das torcida era virtual, com poucos policiais e umas cordas. Nada melhor para o futebol brasileiro se o título vier para a Baixada. Onde futebol é praticado de maneira séria e planejada.

Com o bicampeonato, ninguém mais contestará que é como nós fazemos o jeito certo. O futebol nacional só tem a ganhar com o título do Atlético. E todos não precisarão mais passar pela falta de respeito pela qual nós Atleticanos passamos naquele chiqueiro e que passamos todas vez que acompanhamos o Atlético em outros domínios.

Torcida Organizada

Chegou no jogo, já no segundo tempo, agitando. Mas não demorou muito para trocar os incentivos por ataques ao Petraglia. Parece que seu time é o Anti-Petraglia Futebol Clube e não o Clube Atlético Paranaense. Precisam rever seus conceitos. Ofensas a dirigentes até na casa dos outros? Pra quê?

Saudacões Rubro-negras a todos os que acreditam no bi.

Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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