31 out 2004 - 2h39

Levir destaca o poder de reação do Atlético

Durante a semana a equipe rubro-negra deu trabalho para o técnico Levir Culpi. E não foi por causa da ausência de jogadores para compor a equipe titular e nem por motivo de contusão. O problema era bem outro e muito mais delicado: o estado psicológico dos jogadores, abalados com a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, que chocou o Brasil. Aliado a isso, o Atlético cumpriu hoje a primeira das duas punições que recebeu do STJD, em razão de objetos atirados no gramado da Arena da Baixada, e acumulava quatro rodadas sem vitória.

Jejum que acabou neste sábado, com uma vitória sobre o Internacional. Com a volta de Rogério à zaga atleticana e com o artilheiro Washington voltando a balançar as redes, o Atlético voltou a dividir a liderança com o Santos, com 72 pontos, 21 vitórias, 9 empates, 9 derrotas e um aproveitamento de 61,5%.

Na coletiva concedida à imprensa após a partida, o técnico Levir Culpi destacou a sorte a competência da equipe e a volta da confiança aos jogadores. Para ele, a partida foi atípica em razão do pouco público presente no Serra Dourada, fazendo com que o jogo se tornasse "sem graça e esquisito". Levir também comentou sobre os problemas que rondaram o Rubro-negro nos últimos 20 dias, mas que não diminuíram o poder de reação da equipe atleticana.

Culpi aproveitou para mandar um recado importante na coletiva: "Muita gente que estava duvidando da capacidade do Atlético vai ter que esperar mais um pouco, porque o time tem capacidade de reação e vai lutar pelo título até o final."

JOGO
"Nós conversamos bastante durante a semana, porque nós precisávamos desse resultado, que foi conquistado. Foi um jogo meio sem graça, não tinha torcida no estádio, um estádio maravilhoso, mas fica uma situação meio esquisita. Foi o último jogo praticamente da rodada e nós tínhamos a responsabilidade desse jogo. Fizemos mais uma vez um grande primeiro tempo e um segundo ruim, abaixo da nossa média. Temos que nos alertar nisso um pouco mais. Normalmente nesse tipo de jogo a gente ganha com um placar dilatado, essa é a condição do Atlético. Mas não aconteceu hoje, acabou acontecendo em dois ou três jogos passados. Nós poderíamos ter matado a partida e estamos deixando isso escapar. Hoje, também por detalhes da partida, sorte e competência, nós vencemos o jogo. Espero que isso sirva de incentivo aos jogadores, porque agora nós só estamos jogando fora praticamente e nós precisamos de resultados. E os jogadores têm que entender que sem vencer fora de casa nós não vamos conquistar o título".


"Normalmente nesse tipo de jogo a gente ganha com um placar dilatado"

RESULTADO
"Tem que fazer um bom trabalho, o resultado é conseqüência. Claro que a vitória matematicamente é mais importante, aliada à soma dos três pontos, a possibilidade de encostar no Santos e porque nós estamos jogando fora de casa. Nós estamos com uma dificuldade adicional. Agora temos uma semana para ajustar o time e jogar mais uma vez fora de casa. A preocupação era de não deixar ninguém se aproximar e não deixar o Santos escapar. O resultado acabou acontecendo, nós tivemos méritos para vencer. Comparado ao jogo contra o Goiás, o jogo foi abaixo. Se bem que nós tivemos muitas oportunidades hoje para marcar. De qualquer forma foi um resultado justo, mesmo num jogo completamente atípico, o Atlético jogando em casa, só que no Serra Dourada."

ATUAÇÕES
"O foco é sempre muito em cima do resultado. Eu lembro que contra o Juventude nós tivemos os três gols no primeiro tempo, perdemos um pênalti e no segundo tempo, quando eles empataram, nós ficamos 25 minutos com 10 jogadores, e o time segurou bem, esteve firme. O clássico com o Paraná Clube foi equilibrado e eles empataram nos 45 minutos finais. Contra o Palmeiras nós tivemos um bom desempenho, jogamos bem e tivemos oportunidades para ganhar, da mesma forma contra o Goiás. Só que os resultados começaram a escapar, por problemas nossos, deficiências técnicas, táticas, físicas e problemas sérios extra campo. Então tivemos um peso em todos os setores, de todas as formas, sobre essa queda que nós tivemos. Mas não deixamos ninguém escapar não. O Atlético está vivo no Campeonato. Muita gente que estava duvidando da capacidade do Atlético vai ter que esperar mais um pouco, porque o time tem capacidade de reação e vai lutar pelo título até o final."


"Não dá para menosprezar a capacidade de reação do Atlético"

COBRANÇAS
"Uma derrota hoje iria projetar uma pressão extra campo muito forte em cima do time, que é difícil de você ter estabilidade. O ponto para ganhar era hoje, só que nós estamos jogando, vocês viram a situação do estádio, pouca gente. Você joga uma partida vibrante no melhor estádio do Brasil, 110 x 75, um gramado que joga lento e os jogadores têm essa condição física. É aquela história, a gente precisa ganhar o jogo, agora como que ganha? E o Inter? Ele também veio pra garantir esse resultado. As dificuldades vieram toda elas vieram dentro de 20 dias em cima do Atlético. Alguns absurdos extra campo e alguns problemas dentro de campo, uma queda de produtividade, um erro nosso. Então tudo isso somado deu essa ligeira travada no Atlético. Mas uma vitória como essa faz com que aquelas pessoas que torcem contra, que jogam pressão em cima, comecem a pensar novamente. Não dá para menosprezar a capacidade de reação do Atlético."

MANDO DE CAMPO
"Eu acho que a perda do mando de campo está prejudicando o Atlético. O Santos jogou fora com 20 mil torcedores, todo mundo torcendo pro Santos. Agora o Atlético jogou fora de casa com a família do Rogério Corrêa e do Washington que vieram aqui e mais alguns amigos torcedores que estão por aqui. Por isso ficou um jogo meio sem graça nesse aspecto. A vantagem de jogar fora ela ainda é do Santos, porque a força da nossa torcida na Arena é espetacular. A gente joga com um peso a mais."



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