4 nov 2004 - 22h43

Muita calma nessa hora

Um clima de mistério tomou conta do CT do Caju durante essa semana. Treinos a portas fechadas, discursos evasivos e time não escalado para o jogo de domingo, contra o Fluminense. No entanto, não é preciso ser detetive para descobrir quem serão os onze titulares e para desvendar o que Levir Culpi conversou com os jogadores.

Por manter a coerência, o técnico não fará mudanças em relação aos jogadores considerados titulares e que estão correspondendo às expectativas. Por isso, Diego, Fernandinho, Fabiano, Rogério Corrêa, Ivan, Alan Bahia, Jadson, Washington e Denis Marques podem dormir tranqüilos quanto às suas vagas e dedicarem suas preocupações apenas para o jogo do Maracanã. Restam duas vagas, abertas em função das suspensões de Marinho e Marcão: uma na zaga e outra possivelmente no meio-campo.

Na defesa, o preferido absoluto é Igor, que chegou a ser titular algumas vezes e participou de 20 jogos neste Brasileirão (nenhum gol e três cartões amarelos). Durante a semana, Culpi não se conteve e chegou a elogiar o zagueiro. "O Igor é realmente um caso à parte. Ele está sempre pronto para jogar, um jogador que a gente sempre pode contar a qualquer momento", declarou, agradecendo ao jogador por sua disposição.

Para a outra vaga, havia quatro postulantes no início da semana. Bruno Lança, machucado, foi o primeiro a sair da disputa. Restaram Raulen, Pingo, William e Fernandinho. O último será titular de qualquer jeito, algo que aconteceu em 34 dos 39 jogos disputados pelo Atlético. Só não se sabe se no meio-campo ou na lateral-direita. Se for para o meio (opção menos provável), o favorito para ocupar a décima primeira vaga é Raulen, que ficaria com a camisa 2.

Porém, Fernandinho treinou mais tempo como lateral. Nesta hipótese, Pingo e William lutariam para entrar no time. O primeiro é quem tem mais chances, pois reforçaria o meio-campo. Além disso, foi com Fernandinho na lateral e Pingo no meio que o Atlético jogou a maioria dos dezoito jogos que permaneceu invicto. E estabilidade é tudo que Levir procura nesse momento.

Tranqüilidade e equilíbrio

Mais até do que a parte tática e técnica, Levir tem se preocupado com o aspecto psicológico. O técnico vem tendo bastante trabalho nos últimos dias para lidar com o emocional do grupo. Primeiro foram as turbulências externas (STJD e imprensa paulista) que atrapalharam o desempenho atleticano. Isso se refletiu em quatro partidas sem vitória, o segundo problema de Levir. Por fim, a morte de Serginho e o sensacionalismo da mídia também incomodaram. "Existe toda essa neurose, essa overdose de notícias, esse sensacionalismo impressionante. Não existe um meio termo, um equilíbrio. É preciso ter um pouco de calma", pregou o comandante atleticano durante a semana, tentando convencer a imprensa a pegar mais leve.

O discurso foi repetido perante os jogadores. Depois de um treinamento na quinta-feira, Levir teve uma longa conversa com jogadores mais jovens do plantel, como o lateral Ivan, o volante Alan Bahia e os meias Jadson e Fernandinho. Na pauta, a pressão dos últimos dias e a carga que eles terão de suportar até o final do campeonato.

O técnico tentou transmitir tranqüilidade a eles e os fazer ver que eles só precisam jogar o que sabem, sem se preocupar com quaisquer comentários ou expectativas. Culpi acredita que o diferencial nesta fase decisiva será o equilíbrio emocional. Quem souber suportar melhor a pressão terá grandes chances de comemorar o título no final da temporada.

Reportagem: Marçal Justen Neto / Colaboração: Monique Silva / Foto de Levir Culpi: arquivo Paraná-Online



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…