9 nov 2004 - 11h00

Opinião de Juarez Villela Filho

O colunista da Furacao.com Juarez Villela Filho lembra de uma troca de idéias que teve com o jornalista gaúcho Ruy Carlos Ostermann, em 2002:

E ele tinha razão
por Juarez Villela Filho

Tudo bem, concordo que nossa campanha em 2002, a primeira defendendo o título de campeão brasileiro não foi lá essas coisas. Mas a pressão da imprensa do eixo era intensa. Aliás, já havia sido antes, com todos criticando Cocito, após a contusão do queridinho da mídia, o excelente meia Kaká do São Paulo pelas quartas-de-finais em 2001. O time é violento, faz muitas faltas etc.

Troquei algumas opiniões e respeito disso com o renomado colunista gaúcho Ruy Carlos Ostermann, ainda no primeiro semestre daquele ano. E ele me falou algo que somente hoje em dia consigo entender. Não somos mais os queridinhos do Brasil.

Aquele curioso time com a camisa semelhante a do Flamengo é coisa do passado. Aquele rubro-negro que despertava curiosidade, mais pelas inúmeras vezes que subia e descia das divisões do brasileiro, não existe. O time que até ficava líder em uma ou duas rodadas do campeonato, sendo chamado de “sensação do Sul”, com direito a matéria especial do Globo Esporte foi sepultado. Hoje somos temidos, respeitados e não mais admirados.

Foi-se o tempo em que o torcedor de algum time esteriotipado de grande tinha o Atlético como um time dois, um time simpático com uma torcida guerreira. Hoje somos uma nação com vida própria, despertando a inveja de outros. Maior prova é agora, com quatro paulistas correndo em nosso encalço, tentando de todas as formas retomar uma hegemonia que já lhes pertenceu. Década de 90? Só deu São Paulo, Palmeiras e terminou com o Corinthians.

A desculpa é que ano passado o Cruzeiro disparou, pois os demais não estavam habituados ao campeonato de pontos corridos. Esse ano é que está nivelado por baixo. Bem como o sábio Ruy me disse em 2002. Só que lá, diferentemente daqui, a imprensa se uniu em torno do Grêmio, campeoníssimo na época de Felipão & Cia.

Time viril, Dinho batedor, Adilson e Rivarola botinudos, Paulo Nunes corredor e Jardel um grosso que só sabia fazer gols de cabeça. Não, aquele Grêmio tinha muito mais que isso. Tinha um competente treinador, um espírito de vitória e uma raça fora do comum. Além do apoio incondicional de sua torcida, lutando contra tudo, contra todos, inclusive contra uma imprensa do eixo que só lhe exaltava os defeitos e minimizava as virtudes.

Agora nós somos as vítimas da dor de cotovelo alheia. Não bastasse o olho gordo de nossos rivais aqui da terra (perfeitamente normal e de fácil entendimento), lutamos contra a má vontade de parte da imprensa do eixo. É treinador laranja falando demais, quando mal entrou no bonde e já quer sentar à janela, é rolha de poço dizendo que temos muitos pênaltis sendo marcados a nosso favor, é ex-árbitro “três-zero-zero” querendo marcar impedimento inexistente e também garoto propaganda tentando tirar mando de campo de nosso time. E o que falar das últimas arbitragens pró-Palmeiras?

O que nos resta é jogar nossa bola, confiar no comando de Levir e na vontade e perseverança desse elenco, pois se for pesada toda a pressão que recebeu, já pode se considerar que são todos vitoriosos.

Juarez Villela Filho é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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