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16 nov 2004 - 7h24

Quem bateu, quem apanhou?

Gente ruim tem em todo canto e fazendo todo tipo de coisa. Quem nunca ouviu falar de um médico que se aproveitou da prerrogativa profissional de penetrar na intimidade de um paciente, para tirar proveito pessoal? E os advogados, que ao contrário de defender criminosos, apóiam bandidos nas suas atividades? E os políticos? Ah, os políticos…Quantos não se elegeram só para receber a tal “imunidade” e deste modo evitar um processo por alguma atividade ilícita na qual estão envolvidos.

Meu pai sempre repetia uma frase: “Quer conhecer alguém? Dê a ela algum tipo de poder.”

Domingo alguém atirou um copo para dentro do gramado da Baixada e na continuação foi espancado por uma massa enfurecida.

Não é difícil imaginar o que aconteceu na cabeça de cada um dos agressores a partir do momento que lhes foi apontado um suspeito.

Fica claro que naquela hora, quem estava por perto, com a velocidade alucinante do processamento das imagens em nosso subconsciente, viu aquelas figuras arrogantes do Morsa e do Milton Neves acusando o Atlético. Viu o Godoi, com toda a sua ignorância e despreparo atacando ao Atlético. Viu o Dr. Zveiter, com todo o seu desejo de aparecer, pré condenando o Atlético. Viu a sua dignidade ser ferida sem poder reagir. E então, reagiu…

Quem bateu não foi o torcedor que estava próximo ao suspeito. Quem apanhou não foram os irmãos acusados.

A agressão partiu da revolta incontida por ter tido a sua grande paixão, sistemática e covardemente agredida por aqueles que usam o poder conferido pelas suas profissões para fazer mal aos outros, sabendo que podem se esconder e escapar de uma eventual reação.

Os agredidos foram o Milton Neves, o Morsa, o Godoi, o Neto e o Dr. Zveiter. Foram todos os covardes que usam mal, o poder que eventualmente receberam.

Todas estas explicações e argumentos não justificam a conduta violenta. Se cada um dos que surraram os suspeitos pudesse dar um pouco mais de tempo para o seu raciocínio lógico prevalecer, chegaria à conclusão de que o resultado da explosão da sua revolta era um simples objeto, muito distante e dissociado daquele que realmente ele queria atingir.

Aqueles que provocaram tudo isso, por sua vez, assistiram a tudo comodamente em seus esconderijos e dando risadas, provavelmente imaginaram mais algum motivo para agir contra o Atlético.

Devemos ter a força para continuar curtindo a nossa revolta calados e de repente deixar que ela exploda na forma de um grito, de vibração, de choro e principalmnte de um forte e emocionado abraço dado no amigo Atleticano que estiver mais próximo de cada um de nós.

No preciso momento em que o Atlético conquistar o BICAMPEONATO BRASILEIRO.



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