5 dez 2004 - 15h39

Furacão em escala 5

O torcedor que compareceu ao Estádio Joaquim Américo hoje presenciou um dos jogos mais espetaculares da história do Clube Atlético Paranaense. A partida era fundamental para que o rubro-negro continuasse firme na conquista de mais um título brasileiro. Enquanto isso, em São Paulo, o Santos tinha um adversário já rebaixado pela frente.

Na Baixada, a torcida compareceu em massa, num público total de 23.564 pessoas. Os únicos espaços em branco estavam no lado da torcida do São Caetano que não veio em bom número. Quando os jogadores atleticanos entraram em campo os rubro-negros foram à loucura.

No entanto, a força do grito da torcida surtiu muito efeito no início. As duas equipes começaram a partida criando poucas chances, apenas criando disputas no meio. Alguns jogadores demoraram para se acostumar com o gramado molhado, devido à forte chuva que caiu sob Curitiba minutos antes do jogo, e escorregavam bastante, dando alguns sustos na torcida.

Mesmo assim, aos 7 minutos o Atlético teve uma boa oportunidade após bela tabela entre Jadson e Ivan. O São Caetano respondeu pouco depois com um forte chute de Marcinho fora da área, mas a bola não assustou Diego. Porém, a torcida tomou um grande susto aos 19 minutos quando Marinho furou no cruzamento da esquerda de defesa e ao tentar tirar Alan Bahia quase marcou contra.

Washington ainda teve duas chances para abrir o marcador, mas na hora do chute a zaga chegou prensando e impediu mais um gol do artilheiro do campeonato. Destaque para a bela jogada de Marcão pela esquerda antes de tocar para o atacante.


Fernandinho lutou bastante contra o Azulão (foto: Valquir Aureliano / Paraná-Online)

Quem não faz leva, o São Caetano se aproveitou do ditado e aos 41 minutos marcou, em situação de impedimento, o primeiro gol com Marcinho. A jogada saiu após falha de Ivan na esquerda e Euller cruzou para a área. Foi um balde de água fria no time e na torcida atleticana, que no intervalo de jogo se mostrava desolada com o que estava vendo.

Segundo tempo: reação histórica

Na volta para a segunda etapa, esperava-se um Atlético cheio de vontade e buscando a virada. Mas, para desespero da torcida o time parecia apático e nem parecia que estava disputando um dos jogos mais importantes da sua vida. Para sorte atleticana, Levir colocou Raulen no lugar de Ivan e deu vida nova ao Furacão.

No mesmo minuto em que havia entrado, Raulen cruzou para Denis Marques, que mesmo impedido acertou o travessão. Já aos 18 não teve jeito. Na esquerda, Denis recebeu dentro da área e bateu de chapa para empatar o marcador. O gol aliviou a torcida que resolveu empurrar de vez o time para a virada. Não deu outra, dois minutos depois, após bate-e-rebate dentro da área Jadson pegou bem na bola e deixou o Furacão na frente.

A torcida delirou e entrou em êxtase e aí sim não teve vez para o São Caetano. O grito da galera atleticana ensurdeceu os jogadores do azulão e levou o Atlético cada vez mais para o ataque. De tanto martelar na área adversária, saiu o terceiro gol. Muita gente nem acreditou, mas Jadson ampliou num chute dentro da área pela direita.

Para muitos, o show estava feito e o caminho rumo ao bicampeonato parecia garantido. Mas, no futebol não se pode comemorar antes do apito final. Fabrício Carvalho aproveitou a falha da zaga e diminuiu a diferença e colocou a lembrança da última partida na cabeça dos torcedores. Mais uma vez, o papel da torcida foi fundamental ao vaiar todas as jogadas do São Caetano.

Calma, torcedor. As emoções ainda não acabaram. Assim como em 2001, o quarto gol do Furacão também saiu de pênalti, desta vez sofrido por Washington e cobrado por ele mesmo. O time inteiro mostrou sua união e comemoraram juntos, inclusive com os reservas a grande vitória sobre um forte adversário. Mas, Denis Marques não quis repetir o placar da final daquele ano. Num belo chute fora da área o atacante fechou a goleada com o gol mais bonito do dia. Simplesmente sensacional.

Agora, o Furacão está ainda mais perto do tão sonhado bicampeonato e tem pela primeira vez a chance de conquistar o título de forma antecipada. Para isso, é preciso vencer o Vasco e torcer por um tropeço do Santos contra o São Caetano, o que não é nada impossível. Porém, o campeonato ainda não acabou e fortes emoções podem estar por vir.

Saiba mais:
Análise do jogo Atlético 5 x 2 São Caetano, por Silvio Rauth Filho

44ª rodada – Brasileiro – (05/12/04) – Atlético 5 x 2 São Caetano
L: Arena da Baixada; H: 16h; A: Elvecio Zequetto (MS); CA: Marcão (18′), Triguinho (24′), Euller (26′), Jadson (56′), Ceará (64′), Fabrício Carvalho (69′), Fernandinho (77′), Dininho (83′) e Mineiro (88′); P: 23.564; R: R$ 458.969,00; G: Marcinho, aos 41 do 1º; Denis Marques, aos 18, Jadson, aos 20 e aos 35, Fabrício Carvalho, aos 37, Washington, aos 44, e Denis Marques, aos 46 do 2º.

ATLÉTICO: Diego; Fernandinho, Marinho, Rogério Corrêa, Marcão e Ivan (Raulen 58′); Alan Bahia, Pingo e Jadson (William 90+4′); Washington e Denis Marques (Anderson Aquino 90+1′). T: Levir Culpi.

SÃO CAETANO: Fabiano; Gustavo, Dininho e Thiago (Paulo Miranda 63′); Ceará, Marcelo Mattos, Mineiro, Marcinho (Lúcio Flávio 85′) e Triguinho (Fernando Baiano 67′); Euller e Fabrício Carvalho. T: Péricles Chamusca.



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