Levantou poeira
Soberano, este foi o Atlético na tarde do último domingo. Com uma atuação impecável de seus jogadores e principalmente da sua fanática torcida, o Furacão da Baixada sobrou em campo no jogo contra o São Caetano e provou ao vivo, para todo o Brasil, quem é o melhor time do campeonato Brasileiro de 2004.
Com atuações memoráveis de Jadson, Denis Marques, Marcão e Washington, o Rubro Negro conseguiu o que parecia ser impossível no primeiro tempo. O time do ABC veio muito bem arrumado para enfrentar o Atlético. Sem dar espaço no meio de campo e com uma marcação muito bem feita na zaga, o Azulão bem que tentou estragar a festa da imensa torcida presente na Arena, mas o dia era do Atlético e ninguém teria coragem suficiente para tentar tal feito.
O time voltou para o segundo tempo com um apetite de causar hepatite em qualquer um. Com a pressão imposta pelo Atlético no início da etapa final, o Azulão não agüentou e acabou “amarelando”. Ninguém segurava o ímpeto dos jogadores do Furacão e com uma linha de passes muito precisa, o time da Baixada conseguiu igualar o marcador.
Era o que a equipe precisava, um gol foi o suficiente para abrir a porteira para os outros quatro que viriam a seguir. O resto do jogo não preciso nem comentar, afinal de contas, quem não viu os gols do Atlético na noite de ontem, ou era cego ou então coxa branca. Aliás, gol é uma coisa que a torcida coxa não vê faz muito tempo. Enquanto a galera Rubro Negra fazia a maior festa pelos arredores da Baixada, o torcedor Alvi Verde se trancafiava em casa, ou para dormir tentando fugir da realidade ou ainda para ver as pegadinhas do Faustão que certamente deveriam estar muito melhores que o jogo morno entre o acomodado Coritiba e o desesperado Flamengo.
Muita buzina, bandeira e sorrisos pra todo lado, este era o clima nas proximidades da Rua Buenos Aires ao final do jogo. O engraçado nesta festa toda, são as amizades que você faz durante o jogo. Pessoas que a gente nunca viu na vida, e certamente nunca mais vai ver, tornam-se seus melhores amigos durante 90 minutos. Lembro de ver ao meu lado um menino de aproximadamente 5 anos vibrando e pulando com o quinto gol de Denis Marques como se estivesse assistindo a um desenho do Pokemon, Barney ou qualquer outro que está na moda ultimamente. A Baixada é assim, capaz de transformar criança em adulto e adulto em criança ao mesmo tempo.
Deixo para o final meu agradecimento ao técnico Levir Culpi, ou melhor, “professor” Levir Culpi, que literalmente, com o perdão do trocadilho, deu uma verdadeira aula tática em Péricles Chamusca que saiu da Arena um tanto chamuscado pela derrota sofrida em campo por seu time. Quem ainda fala que técnico não influencia em resultado do jogo, certamente não viu o acontecido no dia de ontem. Levir provou que é um dos melhores da atualidade ao conseguir quebrar o esquema pretendido pelo time do ABC e segue firme com a proposta de trazer o título de melhor técnico do ano para a cidade de Curitiba. A essa altura, a Ás de Espadas já deve estar contratando pessoal extra para tentar confeccionar em tempo quantidade tão grande de troféus que irão lotar a Baixada ao final do campeonato.
Domingo que vem, estaremos todos com olhos voltados para o Rio de Janeiro onde veremos mais uma vez o Furacão entrar em campo. Após a vitória sobre o valente São Caetano, desta vez enfrentaremos o decadente Vasco da Gama. O que será que o Eurico vai aprontar desta vez ? Derrubar alambrado já está muito manjado, entrar em campo aos 42 do segundo tempo, ninguém agüenta mais ver. Talvez ele tente dar tiro na bola e desviar a culpa dizendo que se trata de mais uma bala perdida vinda de alguma briga de traficantes nas proximidades. Mas isso não é problema, posso apostar que a pontaria de Washington e CIA é bem melhor que a do Eurico Miranda!