13 dez 2004 - 14h02

Opinião de Juliano Ribas

O colunista Juliano Ribas escreve sobre o jogo contra o Vasco e a nova rotina atleticana: continuar, contra tudo e contra todos, impondo o respeito que merecemos. Confira:

Aplausos
por Juliano Ribas

Agora, restam os aplausos. Quando o Atlético entrar em campo no dia dezenove, contra o Botafogo, uma grande ovação e salva de palmas devem marcar o momento. Um grupo que defendeu tão bem as cores e as tradições rubro-negras merece ser reconhecido pelo seu esforço, sangue e suor. Honra e orgulho, para mim, são o que ficam.

Independente de ser ou não possível o bicampeonato, há de se exaltar o trabalho realizado ao longo do ano, que foi, sim, frutífero. Mostramos ao Brasil uma equipe jovem, feita em casa. Mostramos, definitivamente, os valores que fazem diferença no futebol, que são organização e visão de futuro. O país conheceu Jadson, Fernandinho, Denis Marques. Rendeu-se ao talento de Dagoberto. O Atlético, este ano, foi grandioso. Tenho muito orgulho de ser atleticano ao ver caras como Marcão e Diego vestindo o nosso manto. Principalmente Marcão, um leão, com juba e tudo, que correu, brigou, marcou, fez valer a frase contida no hino rubro-negro em seu refrão, a que diz que é por amor que se veste nossa camisa. Todo o time vestiu nossas cores como segunda pele e merecem loas. Marcaram seus nomes na história atleticana.

Futebol é mesmo imprevisível. Perdôe-me o leitor o lugar comum. Mas ontem pudemos ver que nada está decidido enquanto este esporte, que age de maneiras misteriosas, não cravar o ponto final na história. É por isso que, mesmo dependendo de um time que é a vergonha do futebol, o Vasco da Gama, na última rodada, mesmo tendo que esperar que eles pelo menos empatem com o time do litoral paulista, sabendo que não vão, a esperança, ainda que ínfima, continua. Triste mesmo é ver os pseudo-jornalistas, os inventores de factóides que se multiplicaram este ano, comemorando seu triunfo, como se o destino endossasse suas palavras mentirosas jogadas ao vento durante meses. Como se a história confirmasse suas bravatas e invenções. Eles estão errados. A única coisa que conseguiram este ano foi envergonhar a bela profissão do jornalismo. O Atlético, permanece e agora será rotina vê-lo em disputas no Brasil e no mundo. Para desespero dessa gente de pouca honra e muita língua.

Veremos torcedores de rivais, falidos e empobrecidos, comemorando alguma coisa, vibrando com fatos de uma vida alheia. É o que resta a eles. A comemoração dessa minoria no estado do Paraná não deve ser levada em consideração. Ela apenas nos engrandece e diminui ainda mais os já diminutos rivais. Amigo rubro-negro: ano a ano, esta será a torcida desses pobres diabos, acostume-se com isso. Acostume-se a estar em um patamar elevado e ter gente embaixo, torcendo por sua queda. Na vida é assim. O Atlético chegou em um outro nível e por lá permanecerá. Este ano tivemos a real dimensão do que é estar no alto. Perseguições e muita gente nos secando. Rotina daqui para frente, pois o Atlético continuará lá em cima.

Vamos fazer a melhor Libertadores que pudermos, e trazer o primeiro título continental para o Paraná. Vamos continuar a revelar jogadores e a pôr medo em muitos no Brasil. Vamos continuar, contra tudo e contra todos, impondo o respeito que merecemos. Se o título vier domingo, se o futebol nos presentear com mais uma de suas bricadeiras e mistérios, comemoraremos como nunca. Se isso não ocorrer, restam os aplausos e a perspectiva de um futuro espetacular ao Clube Atlético Paranaense e sua nação de muito mais de um milhão de corações. Perspectiva que poucos clubes no Brasil e nenhum no estado do Paraná podem ter. Valeu, Atlético. Estarei te aplaudindo dia dezenove. É a minha forma de demonstrar o orgulho que sinto de ser rubro-negro.

Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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