Retrato do meu triste domingo
Chorei. Sempre choro pelo meu, ou melhor, pelo nosso Atlético. Chorei contra o São Caetano mas de uma forma diferente, de alegria e felicidade.
No domingo sinceramente estava esperando o título, quem que iria dizer o contrário. Acordei, vesti minha camisa do Atlético, rezei, pois aquele seria o dia do bi eu estava confiante. Mas quem não estava?
Naquele maldito domingo eu tinha vestibular, maldito vestibular e o pior, em outra cidade. Fui para a cidade catarinenses de Joinvile e muitas camisas Rubro Negras espalhadas. Todos estavam confiantes.
Quando o fiscal da prova marcou o horário no quadro, das 16:00 horas, comecei a ficar apreensivo, queria terminar rápido a maldita prova. Quando terminei eram 17:00 horas e corri para ver, ou pelo menos, ouvir o resultado do jogo. 0x0. Até aí tudo bem, pois tinha acabado de começar o segundo tempo e pensei comigo se agüentamos o primeiro tempo, afinal o Vasco jogava em casa e com o apoio da torcida, que o pior tinha passado e o resultado iria vir ao natural. Mas não.
Eu e mais alguns atleticanos estávamos reunidos ouvindo o jogo do Corinthians, pois não havia nenhuma rádio passando o jogo do então virtual Bi Campeão Brasileiro. E o resultado não vinha, nada de notícia e o Santos fazendo mais gol. E de repente o pior acontece. Gol do Vasco. Desespero total entre os vestibulandos, todos começaram a rezar, mas não perdendo as esperanças, pois tínhamos virado vários jogos antes. Mas nada de gol. Desespero, apreensão e aflição no rosto de muitos atleticanos lá presentes. Todos que passavam por nós perguntando o resultado do jogo não acreditava no que estava ouvindo, até torcedores de clubes rivais não acreditavam. Daí que simplesmente o jogo acaba. Eu não sei o que aconteceu depois. Cada um foi pra um canto sentar e chorar. Eu fui um deles, joguei meu celular no chão soquei a árvore, mas simplesmente o jogo tinha acabado.
Nesses 15 minutos, sentado e desolado, um filme começou a passar pela minha cabeça, o filme do ano de 2004, de quantas emoções vivemos esse ano, quantos jogos memoráveis. Esse título tinha (ou ainda tem) que ser nosso.
Comecei a chorar muito, por tudo que passamos esse ano merecíamos (merecemos) esse título, por tudo que o time mostrou, por tudo que a torcida fez, por tudo que a diretoria fez, por tudo e por tudo…….. Um sentimento de inconformismo e de muita tristeza deve ter batido nos corações de todos os atleticanos. Até meu pai chorou. E ele que me chamava de chorão.
Simplesmente uma derrota fez o mundo intero desabar diante meus olhos, todas aquelas bobagens que os idiotas falavam em um certo ”programinha” iriam se tornar ”corretas”, eles iriam se tornar os ”senhores da verdade”. Mas e daí. Não precisamos deles pra nada. Só pra xingar.
Não adianta agora arranjar desculpas, falar SE não fosse o empate contra o Grêmio, SE não fosse o empate contra o Paraná seríamos lideres hoje. O jogo chave era contra o Vasco, ali naquele estádio, contra aqueles 11 jogadores. Simplesmente foi o dia em que tudo deu errado ou que nada aconteceu. Ainda não vi o jogo, mas pelo o que li faltou atitude ou motivação aos jogadores. Só uma coisa tem que deixar claro: não existe motivação maior no mundo do futebol do que uma equipe que está lutando para ser campeã.
Isso é passado vamos pensar no presente. Fizemos uma campanha do mesmo nível da grandeza da estrutura do Atlético, lutando pelo título até o fim. O mundo não acabou, está apenas começando. Esse ultimo jogo é para ser uma festa independente do título, temos que aplaudir esse jogadores pela campanha e mostrar a eles que 2005 pode ser um ano com muito mais vitórias do que 2004. A libertadores vem aí e estamos prontos para conquistar a América.
Como todos nós sabemos, tudo para o Atlético é difícil, quem sabe Deus está nos reservando algo inesperado nesse domingo? Quem sabe uma estrelinha? É difícil, mas até o Atlético perdeu pro Vasco, porque o Santos não pode empatar com o time carioca? Tudo é possível.
SOU ATLETICANO E NÃO DESISTO NUNCA.