Coração Partido x Coração Valente
Meu coração, como o dos demais atleticanos, está partido. Domingo pela manhã, olheiras pela noite mal-dormida. Saio com esposa e filha trajando as vestes sagradas e não consigo resistir à tentação de ir até em frente da Arena. Lá chegando, mais uma vez cedo à tentação e compro várias camisetas, trajes, etc na Arena Store. No retorno à casa, como de praxe, rola um churrasco, escutando o CD com os cantos da torcida e o hino do furacão.
O coração pulsa desordenadamente aguardando ansiosamente as 16:00hs. Acaba o primeiro tempo, e fica a sensação do último jogo – calma! agora o time vai embalar e repetir a atuação do segundo tempo contra o São Caetano. Faltam somente 3 minutos de acréscimo… mudando o hábito, abandono a televisão e vou pro jardim em frente de casa: algumas crianças devidamente “equipadas” passam tristes e de mãos dadas com o pai. Ao fundo consigo ver a fumaça de vários foguetes explodindo – claramente de coxas-branca chegando ao clímax (com o órgão sexual alheio).
Meu coração termina de partir ao apito do final do jogo -> repete-se o extremo mau estar sentido em: 83 – vitória por 2×0 frente o Flamengo de Zico, Júnior, etc no Couto, mas com o amargo sabor de derrota; 96 – novamente vitória com sabor de derrota frente ao Galo pela fase eliminatória do Brasileirão; 98 – Copa do Brasil: CAP 2 X 6 Corinthians; 2000 – Libertadores: Perdemos para o Galo novamente (nos pênaltis) após tomar o gol no final do segundo tempo. 2004 – Final do Paranaense: temos que agüentar a coxarada gritando sozinha sem parar até o final do jogo! Incompetência? Falta de vontade? Má sorte? Não interessa o que seja, esta verdadeira Nação Apaixonada, que atravessa madrugadas gélidas e lota o estádio com ingressos custando 20, 30 e 60 reais não merece isto!!! Sem contar com o boicote do Petraglia para com Os Fanáticos…
O campeonato ainda não acabou, mas está praticamente perdido! Aí eu me lembro daquela célebre frase: segundo – o primeiro perdedor… Era em cima disto que o Levir devia ter feito a preleção. E ao contrário do que muitos pensam, na minha opinião o campeonato não foi perdido contra o Vasco, mas sim contra o Grêmio e pela falta de sangue frio e sensibilidade para não levantar desavenças com Eurico Miranda dias antes de um possível confronto que decidiria a “vida” do Vasco na primeira divisão. Em dias como o último domingo, gostaria de ver um time com 11 “Marcões” em campo – o “Dunga” do nosso querido Furacão.
Aqui deixo uma mensagem de alerta: já notaram que estamos dispendendo muito esforço em nossas batalhas internas? Pois é, quem sabe esta força “extra” que nos faltou ultimamente não fora gasta em outro(s) episódio(s) menos importante(s)? Se não formos abençoados com o título no próximo domingo, que tudo isto sirva de lição para a Libertadores – uma competição fortíssima e sem absoluta piedade com eventuais deslizes! Desculpem pelo desabafo, mas tinha que compartilhar este imenso sofrimento com quem tem o mesmo sentimento. Abraço a todos e que Deus e todos os “Santos” nos iluminem, pois vamos precisar.