Restrospectiva 2004 – segunda parte
Na segunda parte da Retrospectiva 2004 da Furacao.com, vamos relembrar os principais fatos que marcaram o ano atleticano. Grandes jogos, reconhecimento dos torcedores, briga entre diretoria e torcida, decisões nos bastidores do STJD e grande exposição do Atlético na mídia para o bem, mostrando a estrutura do rubro-negro; e para o mal, rotulando o time que brilhava no Brasileiro como nuvem passageira. No fim, ficou uma certeza: o Furacão da Baixada fez grandes estragos pelo Brasil. Que venha, 2005!!!!
Melhor Jogo
Várias partidas são memoráveis na temporada 2004. Viradas históricas como contra o Coritiba no Couto Pereira, ou sobre o Flamengo, nos últimos minutos, na Baixada, ou a goleada no Corinthians em pleno Pacaembu certamente ficaram na memória do torcedor. Mas foi no dia 05 de dezembro que os atleticanos presenciaram o melhor jogo do ano. O palco era a Baixada e o adversário o velho conhecido São Caetano. Talvez pela virada espetacular sobre o Azulão, ou pela proximidade da conquista do título Brasileiro, o certo é que os 5 a 2 sobre a equipe do ABC paulista foi considerado o melhor jogo da temporada. Além da virada, o jogo também teve um show à parte de Denis Marques, autor de dois golaços (o primeiro, considerado o mais bonito do ano). Washington e Jadson, que marcou duas vezes, foram os outros artilheiros de uma das tardes mais felizes do ano para a torcida atleticana.
Com show de Fernandinho e dois golaços de Denis Marques, o Atlético goleou o São Caetano
Os candidatos
– Atlético 5 x 2 São Caetano: 24 pontos
– Coritiba 1 x 2 Atlético: 9 pontos
– Corinthians 0 x 5 Atlético: 6 pontos
– Atlético 2 x 1 Flamengo: 4 pontos
– Atlético 1 x 0 Santos: 2 pontos
– Atlético 6 x 0 Goiás: 1 ponto
– Atlético 4 x 1 Juventude: 1 ponto
– Cruzeiro 2 x 4 Atlético: 1 ponto
Pior Jogo
Certamente, as lembranças de São Januário são trágicas para o torcedor atleticano. Afinal, foi lá que o time perdeu o jogo, perdeu a liderança e praticamente deu adeus à conquista do bicampeonato Brasileiro. Confusão nos bastidores antes da bola rolar (uso de uniforme reserva pelo Vasco, tentativa de barrar a escalação de Denis Marques, proibição dos atletas atleticanos aquecerem no gramado), além do impedimento da torcida rubro-negra entrar no estádio, eram prenúncios de que aquela tarde não seria boa para o Furacão. E aos 21 minutos do 2º tempo, o zagueiro Henrique subiu mais do que toda a defesa atleticana e decretou o 1 a 0 no placar. Resultado que frustrou a torcida e praticamente tirou as possibilidades do bicampeonato para o Atlético a uma rodada do fim da competição.
Depois de estar ganhando de 3 a 0, o Atlético cedeu o empate para o rebaixado Grêmio
Os candidatos
– Vasco 1 x 0 Atlético: 12 pontos
– Grêmio 3 x 3 Atlético: 11 pontos
– Inter 6 x 0 Atlético: 10 pontos
– Paraná 1 x 0 Atlético: 4 pontos
– São Paulo 1 x 0 Atlético: 4 pontos
– Atlético 3 x 3 Coritiba: 2 pontos
– Atlético 0 x 0 Grêmio: 2 pontos
– Coritiba 2 x 1 Atlético: 2 pontos
– Palmeiras 3 x 1 Atlético: 1 ponto
– Atlético 1 x 3 Vitória: 1 ponto
Melhor Momento
Vencer é bom, vencer um clássico é melhor ainda. E quando a vitória vem de virada, nos últimos minutos, na casa do adversário, ela se transforma em perfeita. E foi assim que o Atlético quebrou um tabu de quase cinco anos sem derrotar o Coritiba no Couto Pereira, em 29 de agosto de 2004. Faltando dez minutos para o fim da partida, o rubro-negro perdia por 1 a 0 e não conseguia impor seu ritmo de jogo. Mas é sempre bom lembrar de dois ditados do futebol: clássico é clássico e o jogo só acaba quando o juiz apita. Pois quando Francisco Carlos Vieira cumpriu esse ato, o placar apontava Coritiba 1 x 2 Atlético. A virada sensacional começou aos 35 minutos: Jadson cobrou o escanteio, Rogério Correa cabeceou na trave e no rebote a revelação do ano Fernandinho mandou para o fundo das redes. A partir daí, o Furacão ascendeu. No mesmo embalo, cinco minutos depois veio a virada. Fernandinho aproveitou cruzamento, a bola desviou em Rogério Corrêa e Fernando conseguiu fazer a defesa parcial. O artilheiro Washington pegou o rebote e chutou para marcar o gol da vitória. A torcida foi ao delírio e comandou a festa na casa do rival.
Depois de cinco anos o Atlético voltou a vencer no Estádio Couto Pereira
Os candidatos
– Virada sobre o Coxa: 11 pontos
– Virada sobre o São Caetano: 9 pontos
– Virada sobre o Flamengo: 5 pontos
– Primeiro gol de Washington com a camisa do Atlético: 4 pontos
– Goleada sobre o Criciúma: 3 pontos
– Vitória sobre o Vitória, no Barradão: 3 pontos
– Gol de Washington sobre a Ponte, quebrando o recorde do Brasileiro: 3 pontos
– Virada sobre o Fluminense, no Maracanã: 3 pontos
– Massacre sobre o Corinthians, no Pacaembu: 3 pontos
– Vitória sobre a Ponte, em Campinas: 3 pontos
– Afirmação de Jadson: 1 ponto
Pior momento
A tarde de 28 de novembro parecia perfeita para os atleticanos. Em Belém do Pará, o vice-líder Santos não passava de um empate por 1 a 1 com o Paysandu. Em Erechim, o rubro-negro ia vencendo com tranqüilidade o Grêmio por 3 a 0, podendo abrir cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, a três rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. Aos 25 minutos do 2º tempo, depois da falha de Rogério Corrêa, Roberto Santos marcou o que parecia ser o gol de honra dos gaúchos. Quando o relógio marcava 44 minutos, a torcida atleticana já comemorava a importante vitória. Mas o zagueiro Baloy subiu livre para marcar o segundo gol gremista. Um gol que parecia dar apenas ares de dramaticidade à vitória atleticana. E o que parecia dramático, tornou-se. Aos 47 minutos, após falha do sistema defensivo atleticano, Cláudio Pitbull empatou a partida, para desespero dos atleticanos.
Os candidatos
– Empate contra o Grêmio, em Erechim: 12 pontos
– Gol do Vasco, em São Januário: 11 pontos
– Contusão de Dagoberto, contra o Paraná: 8 pontos
– Final do Paranaense: 7 pontos
– Substituições de Levir, durante todo o campeonato: 3 pontos
– Washington perder 2 gols no jogo contra o Vasco: 2 pontos
– Terceiro gol do Juventude, em Caxias: 2 pontos
– Jogo contra o Figueirense, na Baixada: 1 ponto
– Gol de empate do Paraná, na Baixada: 1 ponto
– Confusão no Rio de Janeiro, no jogo contra o Vasco: 1 ponto
Pior fato extra-campo:
O pior momento extra-campo do Furacão no ano foi o único que terminou empatado na eleição entre os colaboradores da Furacao.com. Afinal, o ano foi movimentado nos bastidores do clube. Tudo começou dias antes de o Atlético completar 80 anos de fundação, com o anúncio do aumento no preço dos ingressos. Começou ali uma briga entre torcedores e diretoria. No auge da crise, na final do Campeonato Paranaense, algumas pessoas irritadas quebraram as cadeiras do estádio e jogaram para dentro do gramado. Atleticano destruindo o patrimônio do próprio Atlético. A briga contou com protestos fora do estádio, no dia do jogo contra o Figueirense, seção na Justiça (com a torcida pedindo a diminuição no preço dos ingressos) e decisão de se proibir a bateria e material de percussão dentro da Arena. Durante todo o Brasileiro, uma das músicas que mais se ouviu na Baixada era: Libera a bateria!. Mas, ao contrário do que se imaginava, o inimigo não estava tão perto assim. Durante boa parte do Campeonato Brasileiro, o Atlético sofreu um verdadeiro massacre na mídia, em especial no programa Terceiro Tempo, da Rede Record, quando foi rotulado como nuvem passageira. Se não conseguiam parar o Furacão na bola, a tentativa foi segurar o time no STJD: perda de mando de campo exigida no programa, denúncia de que Denis Marques estava inscrito irregularmente na competição e até mesmo comparação da morte de Serginho (que resultou na perda de 24 pontos do São Caetano) com o atacante Washington, que sofre de problemas cardíacos. Enfim, não faltaram confusões fora do gramado para o rubro-negro.
Sinalizadores e bateria foram proibidos na Baixada
Os candidatos
– Briga torcida x diretoria: 9 pontos
– Massacre na mídia e denúncias no STJD: 9 pontos
– Quebra das cadeiras na final do Paranaense: 9 pontos
– Aumento no preço dos ingressos: 5 pontos
– STJD tira 24 pontos do São Caetano, na véspera do jogo contra o santos: 3 pontos
– Morte do torcedor na Arena: 3 pontos
– Atitudes de Mario Celso Petraglia: 3 pontos
– Proibição da bateria: 2 pontos
– Confusão no Rio de Janeiro: 2 pontos
Melhor fato extra-campo
No fim, restam os aplausos. E reconhecendo a boa campanha do Atlético no Campeonato Brasileiro, os 20.061 atleticanos que estiveram presentes na Baixada no dia 19 de dezembro aplaudiram o time em pé, após o empate com o Botafogo. E deram uma verdadeira demonstração de amor. Com lágrimas nos olhos (num misto de dor pela perda do título e orgulho da campanha apresentada), essas vinte mil vozes representaram uma legião de quase um milhão de atleticanos espalhados por todos os cantos de Curitiba, do Paraná, do Brasil e do mundo. E juntos, num coro só, cantaram: Atlético, Atlético! Conhecemos o teu valor. E a camisa rubro-negra, só se veste por amor!. Ao som do hino atleticano, jogadores e torcedores se uniram numa única corrente, com a certeza de que 2004 valeu a pena! Apesar de não conquistar o título, o time conseguiu sua terceira participação na Copa Libertadores da América do próximo ano e entrou, definitivamente, na lista dos principais clubes do futebol brasileiro. Sinal de que em 2005, o Furacão pode fazer ainda mais bonito.
Jogadores são apaludidos após a partida contra o Botafogo
Os candidatos
– Torcida aplaude o time no final do jogo contra o Botafogo: 11 pontos
– Comemoração no Couto: 6 pontos
– Torcida consegue na justiça reduzir o preço dos ingressos: 6 pontos
– Exposição do Atlético na mídia: 3 pontos
– Contratação de Levir Culpi: 3 pontos
– Recuperação do mando de jogo contra o Criciúma: 3 pontos
– Washington quebrando o recorde de gols: 2 pontos
– Setorização da Arena: 2 pontos
– Crescimento do Atlético no Brasil: 2 pontos
– Início da ampliação do CT: 1 ponto
– Volta da bateria contra o Flamengo: 1 ponto
– Elogios de Parreira a Jadson, Fernandinho e Washington: 1 ponto
Reportagem: Patricia Bahr