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20 jan 2005 - 21h25

Ingenuidade venenosa

Poucas vezes concordo com a opinião verde e branca do Sr. Vinicius Coelho, mas estou com ele – apenas – na primeira metade da sua coluna do dia 20 de janeiro de 2.005, no Jornal TRIBUNA DO PARANÁ. Deveríamos deixar de participar dessa “Copinha São Paulo”. Penso que a Copinha está mais para aquelas feiras, que eram promovidas pelos navios negreiros – época da escravidão -, que aportavam na Bahia, carregados de mercadoria jovem, bonita e saudável.

É deplorável essa situação. Garotos inexperientes caem nas garras dessa turba de vampiros, são cooptados por qualquer vintém, são atraídos por falsas promessas e quando se dão conta, vêem-se acorrentados a esses Dráculas insaciáveis. Há porém, raríssimas exceções. Também temos homens honestos e éticos nesse meio. Pouquíssimos homens. Para encontrá-los, basta, que saiamos como Diogenes, com uma lanterna na mão. O “mercado boleiro”, parafraseando o “mercado negreiro”, expandiu-se de tal forma – deve ser uma boa coisa -, que profissionais bem sucedidos da televisão, também estão lançando olhares apetitosos para cima dessas carnes frescas. Deve ser um bom negócio.

Quanto à outra metade da coluna, penso que o cronista foi ingênuo ou está ele, impregnado de veneno. O jogador Reginaldo Nascimento é um bom “quebrador de bola”, mas, “quebradores de bola” iguais a ele, facilmente são encontrados em qualquer parte do nosso país, principalmente, onde se disputem bons campeonatos amadores. Agora, quanto ao craque, “isso são outros quinhento$”, “isso é outro assunto”, como diz o povo. Pelo craque, vale a pena muitas outras coisa$. Se o Mior não é o que o Sr. Coelho esperava, e a “imprensa” queria – soltando nomes imaginários através dos setoristas -, seguramente, Mior é bem melhor que o Sr. Lopes. Disso não há dúvidas.

“Mudando o rumo da prosa”, fui à Vila Olímpica, paguei o meu ingresso, e tenho orgulho de ser atleticano. Principalmente, porque o meu dinheiro não é destinado à prática do “medalhonismo”. Ah! …há no Brasil, melhor lugar que o CT do Caju para fazer uma pré-temporada? Ou o “Banhadão do Atuba” seria melhor? Outra coisa: Edmundo seria o tão sonhado “presente”? Quem leu o comentário do Sr. Vinicius Coelho em sua coluna do dia 20/01/04, saberá do que estou falando.

Nossa diretoria está certa e quem está sendo enganada é a torcida deles. Essa sim, deveria insurgir-se. Quanto aos Coxas, esperar o quê? Ter esperanças do quê?

Voltando ao nosso time: fiquei impressionado com a quantidade de “cabeças-de-bagre” por metro quadrado, reunidos em um só jogo. Foi de “doer”. O Badé é o típico lateral-esquerda (diz-se ala, hoje em dia) que todo mundo sabe que driblará para a esquerda e jogará o corpo na frente para receber faltas. É fominha também. Aguardar que saia alguma coisa boa dos pés de Bruno Lança, é acreditar que a Vila Olímpica do Boqueirão sofrerá os efeitos de um “tsunami”. Há alguma possibilidade de que isso realmente aconteça? Será que não tem uma “vaguinha” também para o Bruno Lança no Fluminense? O jogador Jorge Henrique, desde que esteja bem acompanhado, dar-nos-á muitas alegrias. Vai fazer história no Atlético. Espero e desejo ardentemente, que os titulares também joguem no Campeonato Paranaense. Infelizmente, o jogo foi uma grande decepção. No time do Império tem um jogador, que jogou com a camisa de nº 11, que vale a pena investir nele, vale a pena observá-lo melhor.



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