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27 jan 2005 - 10h35

Final de semana

Imagino que, se existe uma unanimidade no mundo ocidental, é a alegria pela chegada do final de semana. Não existe nada mais deprimente que uma segunda-feira; e não existe nada mais exultante que 18h00 de uma sexta-feira.

Final de semana significa alegria, significa mais tempo com a família, diversão, praia; ou simplesmente mais tempo para nós mesmos. Para alguns, também traz uma ansiedade, uma expectativa: dois dias de overdose de futebol. Seja jogando uma “pelada” com os amigos, seja vendo partidas pela televisão, final de semana sempre significa muito futebol.

Fato marcante nos últimos anos, cada vez mais voltamos nossa atenção para as partidas dos campeonatos europeus. Não há como evitar: é lá onde estão os melhores atletas do esporte. E lá acabam acontecendo grandes partidas de futebol. Seja no campeonato Inglês, com sua superba organização;.seja no campeonato espanhol, com suas estrelas; seja no campeonato italiano, com a beleza das jogadas de times como Milan e Juventus; seja no campeonato alemão, com a festa que fazem os torcedores, não há como não ficarmos com inveja. Ainda mais quando vemos que lá é permitido aos torcedores entrarem no estádio com “instrumentos musicais”. E a festa que eles fazem… dá inveja e saudade.

No último sábado (22/01/2005), tive a oportunidade de assistir ao jogo do Schalke 04 contra o Werden Bremen, pelo campeonato alemão. 61.524 torcedores (lotação total) assistiram a um jogão de bola, onde o Aílton nos fez pensar (novamente) se ele não merecia um lugar na seleção brasileira. Mas o mais bonito de tudo foi ver a festa que a torcida do Schalke faz. A “torcida oficial” (algo como Os Fanáticos, Ultras, etc.) tem lugar reservado atrás de um dos gols, onde o preço é o mais barato do estádio, 8 euros (R$ 27,92) o adulto e 5 euros (R$ 17,45) o “menor”. O estádio é chamado de Arena AufSchalke e é considerado um dos mais modernos da Europa. O detalhe é que o lugar reservado para a “torcida oficial” as cadeiras podem ser removidas. Eles ficam em pé e é lá onde a festa é maior. Li que isso foi feito de propósito, visando melhor liberdade aos torcedores, “aos quais o Schalke tem o maior respeito e consideração”. Futebol de primeiro mundo, num estádio idem, mas por preço nem tanto assim e, principalmente, faz-se questão da presença do torcedor fanático.

Enquanto isso, aqui na nossa Arena, 2.809 torcedores foram assistir ao “jogão de bola” contra o Francisco Beltrão. Também, pagar R$20,00 para ver aquilo?

Enquanto isso, aqui na nossa Arena, os mesmos 2.809 torcedores que foram ao jogo ficaram sabendo, em primeira mão, que nosso melhor jogador havia sido vendido.

Os defensores do futebol globalizado estão tranqüilos e contentes com a venda de jovens jogadores, “coisa irreversível, necessária e moderna”, dizem. Só que o que estamos vendo são clubes de futebol mais preocupados em ganhar dinheiro na revelação e venda de jovens valores (muito jovens valores), do que ganhar títulos. O Atlético, infelizmente, é o melhor exemplo disso. Estão transformando o futebol do Brasil em simples máquina de fabricar jogadores para exportação.

A nós, torcedores brasileiros, desprezados e humilhados pelos dirigentes, restará acompanharmos campeonatos onde a média de idade dos jogadores será cada vez menor, até que um dia estaremos vendo ao campeonato brasileiro de dente-de-leite. Isso acabará por estragar essa fonte dita inesgotável de talentos que o Brasil sempre teve a sorte de ter. Basta olhar para a seleção sub 20 atual para concluirmos que não temos mais jogadores tão bons assim.

Enquanto isso, naquela Arena lá na Alemanha, grandes jogadores, no auge de sua vida esportiva, estarão dando aulas de futebol para os olhos de quem puder ver. E nós aqui, vendo o Atlético jogar com Alan Bahia, Cocito e Fabrício no meio de campo.

Novamente, os defensores da “globalização futebolística” afirmam: “não há como segurarmos os melhores jogadores aqui. O dinheiro está lá na Europa”. E aqui no Brasil está a má vontade e o interesse por aquele dinheiro. Sim, porque aqui no Brasil não temos dirigentes interessados na história do clube, mas sim aqueles que ficam conhecidos pelos melhores negócios feitos com os seus jogadores.

Resta o consolo de assistir a grandes jogos pela televisão. Pelo menos assim não mais seremos chamados de bêbados e ladrões.



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