Opinião de Patricia Bahr
América, chegou a sua vez
por Patricia BahrQuando o árbitro Mauricio Reinoso apitar o início da partida entre Independiente e Atlético, começa oficialmente a trajetória atleticana na Libertadores 2005. A participação do Rubro-negro tem tudo para mostrar para todo o continente porquê o Atlético é hoje uma das principais referências do futebol brasileiro.
O torcedor está receoso, preocupado com o desmonte que o time vice-campeão brasileiro sofreu. Soma-se a isso a má preparação, com a própria comissão técnica admitindo que a pré-temporada não foi a ideal. Mas, talvez o segredo do sucesso seja justamente esse sentimento de pé no chão. Não estamos mais debutando no torneio, como em 2000, e também não estamos indo com toda polpa, brilho e euforia de 2002.
Desta vez, tudo é diferente. Temos um elenco jovem (a média de idade dos atleticanos inscritos na competição é de 22,9 anos). Porém, de forma alguma podemos taxar esse time como inexperiente. Afinal, o time-base tem quatro jogadores vice-campeões brasileiro e um representante da conquista de 2001. Além de Baloy e Marín, que já disputaram a Libertadores; Maciel, campeão mundial pelo Porto; e Aloísio, com ampla experiência internacional. Os mais crus parecem ser Rodrigo Souto e Jeancarlos, este com participação na seleção Sub-20, junto com Dago.
Outra vantagem pode estar no banco. Ao contrário do Brasileiro do ano passado, quando tínhamos um excelente time, mas não havia substitutos à altura, desta vez temos um bom elenco, com ótimas opções ao técnico Casemiro Mior. Neste quesito, Evandro e Ticão se constituem nas principais apostas do torcedor, podendo entrar de vez nas graças da nação atleticana.
Além da política pé no chão, de um elenco capacitado e homogêneo, o Atlético também apostará na determinação, na vontade, na raça. Numa Libertadores, isso pode sim fazer grande diferença. Tomara que Casemiro consiga implantar a fama de "time copeiro" ao Furacão. Afinal, já que Rubro-negro é quem tem raça, chegou a hora da América ver a verdadeira força do Caldeirão. Eu não tenho dúvidas: este ano o Furacão da Baixada pode sim se transformar no Furacão das Américas.
Hoje, quando o árbitro Mauricio Reinoso apitar o centro do gramado e encerrar a partida entre Independiente e Atlético, terá fim a história do primeiro capítulo do Atlético na Libertadores 2005. No jogo, tudo pode acontecer com o literalmente estreante time atleticano. Surpresas podem acontecer e num roteiro com bons jogadores, disposição, concentração e raça, essas surpresas podem sim ser muito agradáveis aos atleticanos. América, chegou a sua vez de ver a força do Furacão! Ao final desta história, lá no final da competição, espero que o sonho de todo torcedor se realize e que a América seja dos atleticanos. Boa sorte, Furacão!