21 fev 2005 - 12h49

Opinião de Sérgio Tavares Filho

De frente pro crime
por Sérgio Tavares Filho

Hoje queria ser João Bosco para escrever "De Frente Pro Crime". A música conta a história de uma morte num bar e as situações posteriores ao assassinato. Enquanto o silêncio de uns pedia amém, outros subiam na mesa e faziam discurso para vereador. O estabelecimento lotou aos poucos e até os camelôs faturaram um dinheiro extra.

Não sou João Bosco, mas posso parafraseá-lo:

Quatro horas da manhã baixou
Um santo na porta-bandeira
E a moçada resolveu parar
E então…

Confesso ao torcedor atleticano que não vi nem ouvi o jogo. Pelos comentários posteriores e lances da televisão estou escrevendo esta coluna. Acho que mesmo se visse a partida este texto não seria, assim, tão diferente. Lima novamente uma decepção, Baloy esforçado, Denis Marques afoito, Fabrício o mesmo e Casemiro perdido. Não julgo a competência de nenhum dos citados, mas algo deve ser feito já em fevereiro. Chegar em julho lamentando os equívocos do começo do ano não pode se tornar uma regra dentro do Atlético.

Mais trabalho do que qualquer um dos jogadores ou treinador e auxiliares, deve ter o psicólogo Gilberto Gaertner. Escolado com Bernardinho, Gilberto desenvolveu uma técnica especial para trabalhar com esportistas. Tem a capacidade de unir o elenco em torno de um objetivo e sabe segurar a vaidade de muitos.

Se eu fosse João Bosco, procuraria Aldir Blanc nesta segunda-feira e também escreveria de novo "Agnus Sei":

Faces sob o sol, os olhos na cruz
Os heróis do bem prosseguem na brisa na manhã
Vão levar ao reino dos minaretes
A paz na ponta dos arietes
A conversão para os infiéis

Não sou João Bosco. Resta-me torcer, assim como você, por dias melhores. Sem choro e com a fé que todo atleticano carrega no peito.

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