23 fev 2005 - 11h37

Opinião de Ricardo Campelo

O colunista Ricardo Campelo fala sobre o ponto de vista dos torcedores do Atlético.

Nem tanto ao inferno…
por Ricardo Campelo

… mas nem tanto ao céu também. É claro que não se pode, e nem se deve, criar precipitações em razão de um único resultado negativo. Mas também é fato que a canhestra apresentação contra o Império do Futebol é motivo, sim, para preocupação. Pois, se na próxima terça-feira, entrar em campo o mesmo Atlético sonolento deste Domingo, o Libertad de 2005 será o Bolívar de 2002.

Casemiro merece, sim, um voto de confiança. Deve fazer seu trabalho com tranqüilidade, pois é a melhor forma para que os resultados apareçam. Mas que escalar o Lima, como meio-campo, na última partida, foi uma tremenda besteira, isso foi. E não vejo motivos para que deixemos de comentar sobre isto. E a utilização, no time principal, do jogador William, com histórico fraco de atuações pelo Clube, e que sequer foi inscrito para disputar a Libertadores, ou foi também uma grande besteira, ou aquelas “insinuações levianas e desestabilizadoras”, infelizmente, são procedentes. Terceira opção, não há.

Quanto a vaiar jogadores, eu sempre fui contra. Até com meu xará Ricardinho “Rei do Drible” eu fui paciente, e cobrava a mesma paciência dos demais. Mas acho que para tudo há limite. Mesmo porque, quando se exige R$ 20, R$ 30, ou R$ 50 de um torcedor para entrar no estádio, torna-se um exagero pedir paciência com um jogador como o Lima, cuja contratação é uma das coisas mais sem explicação da história do Clube.

Lima não é caso de tempo, tampouco de paciência. Lima nunca foi bom, e nunca será. Ano passado, no Cruzeiro, não fez nada de bom e era detestado pela torcida. No Sporting, seu último clube, era reserva. E dizer que teve bons momentos no Coritiba é forçar a barra a ponto de quebrá-la. Prova disso é que nenhum dos torcedores do rival se preocupou quando o contratamos – pelo contrário, deram risada e acharam ótimo. Se Lima tivesse mostrado ao menos algum bom potencial, será que haveria esta tranqüilidade nos rivais? Pegue-se o exemplo de Kleber, o “incendiário”, odiado por muitos na torcida. Mesmo no pior momento do jogador, jamais encontrei um torcedor atleticano que desejasse ver Kleber com a camisa do rival. O fato é que as péssimas atuações de Lima nestes primeiros jogos pelo Atlético apenas corroboram o passado do jogador. Paciência… para quê?

Enfim. É evidente que vaias só atrapalham, e infelizmente o comportamento de nossa torcida está sendo cada vez impaciente. Mas enquanto houver insistências inexplicáveis em jogadores como o nada saudoso zagueiro Igor (esse eu vaiei e não me arrependo, pois agora está entregando no Fluminense), Fabrício ou Lima, infelizmente as vaias farão parte dos jogos na Baixada. O que é uma pena, para um estádio que já perdeu os cantos da torcida. Mas tudo são escolhas.

Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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