Um time de estranhos
Me tornei atleticano naquele memorável jogo com o Flamengo em 83. Do alto dos meus 11 anos nao pude passar imune por aquela demonstração de paixão da torcida rubro-negra. Desde aquele jogo acompanho diariamente o Furacão, seja no estádio, pela rádio, tv ou internet. Ou seja, fui contaminado por aquela paixão, que fazia, e que faz, o coração bater forte. Digo isso, porque assisti América x Atlético pela Libertadores, e o que vi foi um time sem paixao. Burocratico como seu técnico, medíocre como seus jogadores. Não pelo resultado. Perder faz parte do jogo, mas o mínimo que se espera de um elenco do rubro negro é comprometimento.
Lembrei de vários nomes formados no Atlético, e que não estavam em campo.
Bruno Lança, agora no Juventude; Ticão e Evandro no banco. Alessandro Lopes no Grêmio, isso sem contar os que foram vendidos sem se saber ao certo porque. E vi um time lento, sem vontade, sem inspiração. E acho que Diego viu também, pois se lhe faltam alguns fundamentos, sobra-lhe raça e amor a camisa. Da zaga toda, só Marcao é guerreiro.
Cocito está mal, Baloy, Jancarlos e Marin sao piadas.De mal gosto. No meio, Alan Bahia, cria da casa, assim como Fernandinho, sao das poucas coisas boas nesse atual elenco. Rodrigo Souto? Quem é Rodrigo Souto? Ele sai e entra Fabricio? Sinceramente nao sei o que é pior. Na frente Lima e Denis Marques, duas farsas. O ultimo sobreviveu ano passado por conta da maestria de Jadson e Washington.Sozinho, a máscara cai.
Em suma, o Furacão virou um time de estranhos.Não os conhecemos, não nos identificamos. A diretoria que proibiu a batucada, agora foi mais longe. Afastou de vez o time da torcida. E isso sera fatal. O Atletico, antes conhecido pela rapidez, pelo contra-ataque, agora será so conhecido pela rapidez com que vende seus jogadores. E o time, cada vez mais lento, chato e sem inspiração.
Muito pouco para a maior torcida do estado e que se acostumou ao longo das décadas a vestir a camisa por amor.
Saudações esperançosas.