O Kyocera Kyocera
Nas últimas semanas, os jornais se ocuparam com o Chico Buarque, não por conta de suas músicas e letras geniais, mas sim pelo fato de o referido rapaz ter ido almoçar no restaurante alheio (e eis aqui uma metáfora indigna de um Chico Buarque).
Eis que hoje a manchete mudou e a mídia noticia o novo patrocinador da Arena da Baixada: a Empresa Kyocera.
Sendo assim, resolvi fazer uma paródia em que o Chico Buarque e a Kyocera se misturaram de modo surreal e disso tudo saiu o que segue:
O Kyocera Kyocera
Que andam suspirando pela Baixada
Que andam deixando a massa intrigada
Que andam combinando na arquibancada
Que anda nas cabeças, anda nas prosas
Que andam acendendo velas pros Deuses
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza
Será uma beleza, será que será?
O que não se tem certeza, um dia terá?
Afinal qual é o conserto que se fará
Qual será nosso tamanho?
O Kyocera Kyocera
Que vive nas idéias dos comandantes
Que não se esqueça o povo tão delirante
Que não se esqueçam os fanáticos como antes
Que estão atualmente tão mutilados
Que estão na arquibancada tão infelizes
Porque no dia-a-dia há tantos deslizes
Nos planos dos cartolas, dos bem-nascidos
Em coisas sem sentido, proibir batucar
O que hoje não tem direito, um dia terá?
O ingresso que é caro, ainda vai aumentar?
O que fará sentido?
O Kyocera Kyocera
Eu faço aqui um aviso só para alertar
Porque todos os gringos só querem lucrar
Porque as nossas cores não podem mudar
Porque o nosso hino não pode mudar
Pois todos os meninos aprendem a cantar
Que seja em Curitiba, ou noutro lugar
Que o nosso destino é sempre lutar
E que derrota alguma vai nos derrotar
Até mesmo no inferno o Furacão vai soprar
O que é vermelho e preto nasceu pra ganhar
Quem nasce atleticano sempre vai amar
E defender tudo isso.
Já dizia a minha avó: “Quando a esmola é muita, o Santo desconfia”. Mesmo não havendo dirigentes totalmente santos, é bom desconfiar, investigar, pesar os prós e os contras e rezar, pois a fé não costuma falhar!