24 mar 2005 - 11h38

Opinião de Marcel Ferreira da Costa

Mudança de atitude
por Marcel Costa

Hoje, véspera do aniversário do Atlético, poderia estar exaltando muita coisa boa, como a belíssima campanha dos Juniores em Dallas, a excelente parceria firmada com a multinacional Kyocera, a paixão de ser atleticano ou mesmo a notícia de que todo o Brasileirão será transmitido pelo sistema pay-per-view, possibilitando à nação rubro-negra acompanhar o Atlético no lugar mais remoto que venha a jogar. Mas, infelizmente, vi muitos absurdos que me fizeram sair triste e chateado da Arena.

O treinador Casemiro Mior definitivamente demonstra que não consegue dar um padrão de jogo ao time, seja o titular ou o reserva. Aliás, nem mesmo em suas declarações encontro coerência, pois há menos de uma semana, na mesma Kyocera Arena, afirmou que a partir daquele momento apenas os titulares jogariam, pois precisaria dar ritmo de jogo ao time que entrará na reta final da primeira fase da Libertadores e do Paranaense. O time continua confuso em campo e fácil de ser estudado pelo adversário. Obviamente que o estado do gramado atrapalhou, mas não justifica que os jogadores batam cabeça em campo e não apresentem um esquema tático definido.

Alguns dizem que os jogadores do grupo atual são fracos. Ouso discordar disso novamente. Sobre os medíocres falarei ainda nesta análise, mas um time que pode ser escalado assim: Diego (Tiago Cardoso); Fernandinho, Danilo, Baloy, Marcão e Fabrício; Alan Bahia, Rodrigo Souto (Ticão) e Evandro; Maciel e Denis Marques (Aloísio) não pode ser considerado fraco, basta dar um padrão de jogo à equipe. Entendo necessária e útil a escalação de Fernandinho e Fabrício como alas no esquema 3-5-2, restando a Jancarlos e Marín entrarem quando jogarmos no 4-4-2, com Fernandinho e Fabrício no meio-campo. Se o treinador conseguisse escalar estes jogadores e fizesse deles um bom time, apenas o São Paulo, hoje, estaria mais forte que o Atlético. Seria muito complicado isso? Não acredito que seja!

Ainda ontem, feliz com o apoio da torcida ao time no segundo tempo, volto a ficar chateado. A torcida que merece elogios quando incentiva e empurra o Atlético à vitória perde todos os seus créditos quando xinga imotivadamente o presidente Mário Celso Petraglia, vaia o time e aplaude e grita olé para o adversário. Quem está cansado de ser atleticano que mude de time, pois os verdes estão precisando de torcedores para chegar à metade da nossa imensa torcida. Vaiar um jogador que já é ruim só o deixa ainda mais apreensivo e nervoso, conseqüentemente seu mau rendimento torna-se ainda pior. Quem quiser que vaie após o jogo, mas vaiar quem veste a sagrada camisa atleticana durante a partida é uma falta de respeito com toda a nação atleticana. Gritar olé para o adversário é, no mínimo, vontade de torcer para outro time.

No momento em que a torcida tem a oportunidade de mostrar que é importante e necessária para o clube, a própria prefere se afastar ainda mais da aguardada paz entre as partes. Todos sabem da paixão, grandeza e força da torcida atleticana e da importância de sua presença e incentivo. Sabem também que a bateria proporciona uma pressão ainda maior aos adversários. Mas agora xingar aquele que construiu a nossa casa, nos fez grande, criou uma estrutura fantástica que proporciona o crescimento do clube e dedica sua vida ao Atlético, celebrando grandes negócios e parcerias a favor do Furacão, não me parece uma estratégia acertada. A "perseguição" continuará e enquanto não houver respeito de uma das partes que não se exija respeito da outra. Isso é lógico!

Ao mesmo tempo em que elogio a pessoa do Dr. Mario Celso Petraglia questiono se no CT do Caju não existem jogadores mais qualificados que Lima, Jorge Henrique, André Rocha (o pior lateral dos últimos tempos), Tiago Vieira, Morais, Tavares, entre tantos outros que de promessa viraram pó. Eu sei que várias apostas se consagraram como Lucas, Cocito, Kleber, Adriano, Flávio, Warley, Rogério Corrêa e inúmeros outros, mas também tenho certeza e convicção de que o próprio Petraglia concorda que aqueles citados no início do parágrafo não têm a mínima condição de vestir a camisa do Atlético. Cobro, então, um critério mais seletivo na contratação de jogadores (um período maior de testes que seja), pois nem sempre o craque do Náutico, Marília, Ferroviária, Fortaleza é do nível do Atlético, um dos maiores clubes do Brasil. O Atlético hoje é grande, como o presidente sempre quis e sonhou, e nós ficamos e somos gratos por isso, mas alguns jogadores e treinadores que aqui chegam não têm o nível exigido por um grande clube.

Marcel Costa é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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