Opinião de Julia Abdul-Hak
Arbitragem feminina
por Julia Abdul-HakA mulher lutou tanto para ter seu direito igualado ao do homem que esqueceu de seus limites. Na última partida do Atlético, contra o Nacional, a arbitragem ficou por conta de Sueli Teresinha Tortura. Com o perdão do trocadilho, mas "tortura" mesmo foi vê-la apitando. Resolvi escrever sobre o assunto, pois tenho certeza de que se isso fosse escrito por alguém do sexo masculino seria interpretado como puro machismo.
O assunto foi bastante discutido no final de fevereiro, quando a árbitra Sílvia Regina de Oliveira recebeu duras críticas por ter apitado o clássico entre São Paulo e Corinthians. Naquela ocasião, as críticas talvez tenham sido infundadas, pois, pelo menos no preparo físico, ninguém tinha do que reclamar. Na partida da última quarta-feira, Sueli, que costuma trabalhar no papel de quarta árbitra, pecou principalmente pelo péssimo preparo. E, acredito, mesmo que tivesse feito a pré-temporada junto com o elenco atleticano, ela não conseguiria acompanhar todos os lances do jogo.
Com a chuva torrencial que castigava a Arena da Baixada, a árbitra apenas acompanhou os lances de longe, transformando a partida em um festival de cartões amarelos, sem nenhuma expulsão. O pior foi ver que, além de longe dos lances, Sueli Tortura corria em apenas uma faixa do campo. Até agora ela não deve ter certeza se o lance em cima de Rodrigo Souto foi mesmo pênalti. Assim como não viu outros dois toques de mão.
No final do jogo, a chuva já não era mais tão forte e, então, a juíza desistiu. Desistiu de apitar as faltas e desistiu de correr, permanecendo no meio de campo e chamando a atenção dos jogadores apenas com gestos e de muito longe. O nível dos times paranaenses já é ruim, o Campeonato Paranaense é broxante e o preço dos ingressos é alto demais, o que menos precisamos assistir é um show de horrores da arbitragem, como foi neste jogo.
Julia Abdul-Hak é colaboradora da Furacao.com.
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