28 mar 2005 - 11h08

Opinião de Marcel Ferreira da Costa

O sucesso de Dallas
por Marcel Costa

Em 2004, o Atlético era um estranho no ninho em Dallas. Convidado após um amistoso na cidade texana em 2003, quando o time principal foi derrotado pelo Monterrey do México, o Furacão resolveu, enfim, participar daquela que é considerada a principal competição de base do futebol mundial. Seguindo o exemplo de São Paulo (1995), Vitória (1996 e 1997) e Corinthians (1999 e 2000), o Atlético sagrou-se campeão da Dallas Cup, justamente em sua edição do Jubileu de Prata (25 anos). A campanha foi boa, mas com alguns percalços. Logo na segunda rodada, o Atlético voltou a perder do Monterrey, desta vez nos juniores, mas com duas vitórias avançou na primeira colocação do grupo. Na semifinal, bateu o Blackburn Rovers da Inglaterra e na decisão superou o Argentinos Juniors, com gol de ouro do então reserva e pouco conhecido Schumacher, Thiago Maier para os americanos.

Neste ano o Atlético retornou a Dallas pela terceira vez consecutiva. Não era o time principal, como em 2003, muito menos os, para eles, desconhecidos juniores de 2004, mas o atual campeão da Dallas Cup e com o status de vice-campeão brasileiro de profissional. Do time que conquistou o título no ano anterior não estavam mais Vinicius, Robenval, Evandro, Ticão e Marcus Winícius, entre outros. Mas retornaram aos Estados Unidos o trio de atacantes Anderson Aquino, Edivaldo e Schumacher, além do zagueiro Alex, do ala esquerda Stanley e do meia armador Sammir. E mais importante, a estrutura técnica e qualidade profissional do staff rubro-negro fora mantida.

O Atlético novamente não foi a Dallas para passear. Com uma campanha incrível, o time comandado pelo treinador Leandro Niehues, substituto de Lio Evaristo na categoria, venceu todos os 5 jogos, com 15 gols marcados e apenas 3 sofridos. Anderson Aquino se destacou com 6 gols, enquanto que seus companheiros de ataque Edivaldo e Schumacher marcaram mais 4 gols cada. O lateral Stanley, que em 2004 pretendia ver o Mickey (conforme entrevista na época para o Jornal Arquibancada Rubro-Negra), marcou o outro gol da campanha vitoriosa. Aplausos para os jogadores, comissão técnica, o coordenador das categorias de base Vinicius Eutrópio e todos aqueles que estão envolvidos na formação e preparação dos jovens talentos no CT do Caju.

As conquistas em Dallas não são apenas títulos de categoria de base. O sucesso no exterior ajuda o Atlético a crescer internacionalmente, ganhando espaço em um mercado forte como o norte-americano. Fãs do futebol, para eles soccer, no país mais rico do mundo, passam a ter o Atlético como referência de bom futebol, assim como os fãs de basquete no Brasil por muito tempo admiraram o Chicago Bulls e o Los Angeles Lakers. Ano que vem, com a confirmação da presença de Real Madrid e Manchester United, a qualidade e visibilidade do torneio serão ainda maiores. E que bom seria se, justamente contra dois dos times mais ricos e conhecidos do mundo, o nosso querido Atlético fosse o primeiro na história a ser tricampeão da Dallas Cup.

O Atlético mais uma vez dá um passo à frente dos adversários nacionais, apostando nas categorias de base e proporcionando a seus jovens atletas uma experiência fantástica de jogar contra times de outros países, com estilo de jogo diferente do praticado aqui no Brasil. Este intercâmbio desenvolve não somente o futebol dos juniores atleticanos, como a cultura e experiência de vida de todos aqueles que participaram das duas campanhas vitoriosas. Além de chamar a atenção dos jovens de todo o mundo para o bom trabalho nas categorias de base do clube. E alguns ainda dizem que o Atlético gasta dinheiro à toa no CT do Caju e não revela um grande jogador no clube.

Marcel Costa é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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