Torcida? Que torcida?
Não costumo escrever sobre o comportamento da torcida do Atlético. Para mim, é a melhor torcida do Brasil. Pronto. Fico com minha convicção. Mas o texto escrito pelo Mauro, muitíssimo verdadeiro, instigou-me a contar uma recente experiência.
No jogo de sábado, algo chamou a atenção. Afora a estapafúrdia proibição de faixas, bandeiras, bateria, camiseta, etc., à qual já nos vamos acostumando, o fato que me chamou a atenção foi outro.
Neste sábado, buscando a trazer para nossas fileiras mais uma torcedora, levei minha cunhada ao jogo. Pela primeira vez a menina pôs os pés num estádio de futebol. E, como queria impressionar, para não correr o risco de desapontá-la, adquiri ingressos para ficar atrás da saída dos vestiários. Dali seria possível ver toda a festa da TOF.
A TOF, ou pequena parte dela, durante o primeiro tempo ocupou seu tradicional lugar, na curva da Buenos Aires. Lá, apesar dos poucos integrantes, cantou e gritou em todo o primeiro tempo. Enfim, fez o que sempre faz, incentivou o time.
Mas mesmo no começo do jogo, minha cunhada questionou sobre as faixas, bandeiras e instrumentos, pois nos jogos que assistia na TV, tudo estava lá. Respondi, apontando para o pombal (que a mim parece cada vez mais ridículo), que o pessoal que ali fica, havia proibido tudo aquilo. Também respondi que logo aquelas pessoas ficariam velhas e deixariam a direção do clube, para o bem da torcida.
Terminado o primeiro tempo, parte da já reduzida porção de torcedores da TOF, desapareceu. Pensei que haviam ido aos banheiros ou então comprar algo para beber, para molhar a garganta e voltar a gritar pelo time no segundo tempo.
Engano meu. Tal qual só vi acontecer na pocilga verde e branca, e no Pinheirão, parte da torcida mudou de lado. Veio para onde nós estávamos. O resultado disso: alguns ficaram no local de costume da TOF, e outros ficaram atrás da saída dos vestiários. E no segundo tempo ninguém ouviu nenhum grito de incentivo ao time. A não ser as comemorações pelos gols.
A diretoria está conseguindo acabar com a torcida, com a festa e, também, com a graça de ir ao estádio. Se for apenas para ver o time (que não está lá essas coisas), fico em casa, no conforto do sofá.
Abraços Rubro-Negros a todos os torcedores que, como eu, logo serão impedidos de torcer no estádio.