31 mar 2005 - 10h22

Opinião de Sérgio Tavares Filho

Mães
por Sérgio Tavares Filho

O sentimento de uma vitória, às vezes, pode ser amargo. Minutos depois de comemorar a goleada do Atlético sobre o Londrina, sou informado pelo amigo Sergio Surugi de Siqueira que a mãe dele havia falecido. Voltei no tempo e me lembrei do dia 31 de março de 1997, na Santa Casa de Curitiba. Com problemas cardíacos e intestinais, o Rubro-negro perdia mais uma atleticana: minha avó, Hilda Fantinato Tavares, com 72 anos, se despedia do vermelho e preto – mas fez questão de levar para o túmulo, uma bandeira com as nossas cores.

Uma das recordações mais bonitas que tenho, é a do Atletiba de 05 de agosto de 1990. No dia do meu aniversário o zagueiro Berg me presenteou com um gol contra, dando o título paranaense ao Rubro-negro. Nervosa, minha avó saiu de casa e ficou contando no relógio o tempo para terminar a partida. Mesmo com os coxas na garganta e pressionando, conseguimos levantar o troféu no Couto Pereira.

Um dia depois da morte, o Atlético jogou contra o Vasco, no Estádio Pinheirão (aquela famosa partida apitada por Oscar Roberto Godói em que Andrei e Edmundo foram expulsos pelo "unha-de-cavalo"). O minuto de silêncio foi respeitado e até hoje a minha família é grata pelo episódio.

Assim como essas histórias, Sergio Surugi de Siqueira deve ter muitas sobre a sua mãe e o Atlético. Esposa de um ex-presidente, Alair Maria Surugi deve ter conhecido muito bem os caminhos do clube. Hoje, encontrou um definitivo: o caminho do céu.

Aniversário

Entre tantos sentimentos negativos, o dia 31 de março também deve ser comemorado. Hoje, lá em Matinhos, a minha mãe completa mais um aniversário. Se a vida merece ser celebrada com saúde e o Atlético à tira-colo, que assim seja. Parabéns, mãe.

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